Figueira de Castelo Rodrigo

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História



Historicamente, falar de Figueira de Castelo Rodrigo implica remontar muitos séculos na história. Desde a Pré – História até ao séc. XX, muitos são os testemunhos existentes, permitindo-nos viajar pelo tempo à descoberta das raízes históricas de toda uma região.
Entranhado no coração da região do Riba Côa, o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, instituído por decreto de 25 de Julho de 1836, apresenta grande riqueza de património edificado, onde assume papel de destaque Castelo Rodrigo, uma das mais belas e marcantes Aldeias Históricas de Portugal. Mas em todas as freguesias encontramos monumentos de grande valor que guardam segredos e memórias de tempos passados.


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IDADE DO BRONZE

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Armas e ornamentos da Idade do Bronze


A zona de Riba Côa, apartada no isolamento das suas pobres montanhas, manteve o arcaísmo da sua civilização. O surgimento de armas de bronze e estelas de chefes “heróis”,característicos nesta zona, confirmam a formação paulatina de uma sociedade de guerreiros pastores.


A estátua-menir de” Ataúdes” descoberta a cerca de 2,7 km para Este de Figueira de Castelo Rodrigo, remonta a esse período da história de que existem poucos testemunhos.


O imponente monumento mede 2,96 metros de altura e 0,79 m de largura, apresentando dois motivos principais e centrais: uma figura humana e uma espada.
Trata-se de uma estátua armada, portanto uma insígnia estandardizada de poder. É a espada o único elemento que, objectivamente, nos possibilita uma aproximação à cronologia do monumento.
A arma representada remeterá para um momento avançado do bronze antigo, finais do 2.º quartel do II milénio a. C.
Vigorou nestas terras uma sociedade chefiada por uma elite guerreira, consequência da hierarquização que era exigida para defesa das terras e gados, o controlo de vias e zonas de pasto. No séc. VI a.C., a principal invasão celta alterou o quadro geopolítico da nossa região. Castelo Rodrigo, pela sua inserção numa elevação, à semelhança de muitas vilas e cidades da região, faz-nos remontar a um povoamento de tipo castrejo, o que alguns restos arqueológicos vêm comprovar. Tratava-se sem dúvida de castros Vetões, os primeiros povoadores de quem existem vestígios.
Este povo pré-romano habitou uma zona que ia desde o rio Tormes até ao norte de Cáceres e desde Ávila até ao rio Côa. Eram fundamentalmente criadores de gado e por esse facto, procuravam para a instalação das aldeias, lugares e zonas montanhosas, onde abundassem pastos para os rebanhos.
As características do concelho de Figueira adequavam-se perfeitamente às exigências de vida deste povo que buscava defesas naturais para a implantação dos seus povoados, que construíam em zonas escarpadas ou em zonas flanqueadas por rios profundos.
Este é o povo autor de numerosas esculturas em granito, os “Berrões“. Estas esculturas,colocadas nos limites das povoações, eram erigidos como manifestação de culto aos animais que constituíam a base da economia. Em Santo André, no limite da freguesia de Almofala, temos duas magníficas peças que remontam a este período.
Encontram-se ruínas de tipo castrejo em Castelo Rodrigo, Serra de Nave Redonda e Serra de Monforte. Nestas civilizações, a pedra assumia particular importância, nomeadamente na construção, mediante o emprego de um aparelho grosseiro.





A PRESENÇA DOS ROMANOS EM RIBA CÔA

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Os Romanos começaram a conquista da Península a partir do ano 218 a. C., entrando em contacto com os povos que habitavam esta região 25 anos mais tarde. Posteriormente, enquanto parte da Península estava a adaptar-se à civilização romana, este mundo estranho ergueu barreiras contra a romanização e só depois de século e meio de lutas ferozes, os povos desta região foram definitivamente submetidos. Foi sob o comando de Júlio César, então Pretor da Lusitânia, por volta do ano 61 a. C., que os romanos puseram fim aos periódicos levantamentos de Lusitanos e Vetões.
Os Lusitanos, que eram o povo vizinho pelo oeste, estendiam-se desde o rio Côa até ao mar, com o Douro a estabelecer o limite da fronteira norte. As suas relações com os Vetões eram estreitas, de tal modo que se formavam grupos de salteadores entre os membros dos dois povos, que marchavam para outras regiões da península, para pilhar onde tivessem oportunidade. A chegada dos romanos à Península Ibérica trouxe uma forma diversa de encarar os povos submetidos. A ocupação romana distinguiu-se da efectuada por outros povos invasores, devido ao carácter social e administrativo que instalaram e desenvolveram ao longo dos séculos. A introdução da língua latina, dos deuses romanos que aos poucos substituem as divindades locais, da organização administrativa do território, a abertura de estradas, a construção de pontes e templos, foram factores que alteraram o “ modus vivendis” dos povos peninsulares.

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A romanização manifestou-se em todo o território, como provam os vestígios arqueológicos, pois no sopé de muitas colinas, surgiram as Villae e os templos, sendo famoso a torre de Almofala, que apesar das várias alterações, conserva ainda o magnífico pódio romano e tem revelado importante espólio, que permite trazer alguma luz a uma época que foi importante para o definitivo desenvolvimento civilizacional desta região.

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Torre das Águias, Almofala


A presença dos romanos no concelho de Figueira, está assinalado no Casarão da Torre em Almofala, nalgumas “ Villae” e em Aras votivas. De entre estas destaca-se a Ara Votiva do Casarão da Torre, descoberta nas escavações feitas junto à torre de Almofala. A Ara apresenta a inscrição “ CIVITAS COBELCORVM “. Pode entender-se como uma referência à capital dos Cobelcos, um povo de que não havia referência. O Achado leva a supor que terá existido no local, uma povoação de certa importância.
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Esta descoberta, segundo a investigadora Dr.ª Helena Frade, poderá revolucionar a história local e até nacional, pois deixa antever a possibilidade de ali ter existido a cidade dos Cobelcos, desconhecida até ao presente e que altera o mapa de distribuição das cidades conhecidas no período da ocupação romana da Península Ibérica.



SUEVOS E VISIGODOS EM RIBA CÔA

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A península Ibérica, num fenómeno que abrangeu todo o império romano sofreu a invasão de hordas de povos bárbaros: Alanos, Vândalos e Suevos.
Os Suevos, depressa constituíram um forte estado que durou sensivelmente entre o ano de 411 a 585., tendo constituído capital em Bracara Augusta (Braga). Este povo implantou-se na região entre Douro e Minho. Converteram-se ao Cristianismo em 456, no tempo de Richiário.
Posteriormente, chegaram os Visigodos, que rapidamente conquistam Alanos e Vândalos.
Durante dois séculos esta região é influenciada pela luta entre estes dois reinos, pois os visigodos haviam-se convertido ao arianismo, o que deu aos suevos um espírito de cruzada contra estes últimos. Foi o rei Visigodo Leovigildo (577-586) que submeteu definitivamente os suevos em 586. O seu sucessor Recaredo I (586-601) converteu-se ao catolicismo no 3.º concílio de Toledo.
Os visigodos mais avançados no sistema jurídico e social, recebem a influência do direito romano e a inspiração dos valores católicos da vida social dos suevos, constituindo o Codex Visigotorum, que regeu e influenciou a vida das populações mesmo após a conquista dos muçulmanos.
É dentro deste contexto de reorganização do Reino visigótico, que existem referências ao Riba Côa, através da diocese de Caliábria. Sabemos que era a localidade mais importante, contudo, a data da fundação é incerta. Supõe-se que a passagem a diocese terá ocorrido durante o reinado de Suitila (612-631), pois o primeiro bispo de Caliábria aparece a assinar as actas do 4.º concílio de Toledo, em 633, onde assina“ Servus Dei, episcopos callabriensis”.
A criação de Caliábria impunha-se, segundo M. Gonçalves da Costa ”… não existindo outra sede em espaço tão dilatado, como era de Viseu a Salamanca e Egitânia e aumentando a conversão dos povos, tornava-se extremamente molesto a visitação que os bispos eram obrigados a fazer. Foi pois natural que os Visigodos católicos resolvessem colocar outro bispo em Caliábria…”.
D. Mateo Hernandez Vegas, in Ciudade Rodrigo, la catedral y la ciudad Salamanca (1935), indica que a decadência de Civitas Augusta (Ciudad Rodrigo) exigiu a criação do bispado de Caliábria “… é certo e bem comprovado que a sede da arruinada Civitas Augusta foi transladada para Caliábria, cidade situada na foz do Côa no Douro…”.
A decadência de Caliábria está directamente ligada à da própria monarquia visigótica, que atingiu o seu ponto alto na viragem do séc. VII para o VIII, em razão das disputas pela coroa.
A morte do rei Vitiza e a sua sucessão por um filho não é aceite por um grupo de nobres que entregam a coroa a Rodrigo. A isso se opõem dois homens: D. Julião, governador de Ceuta e D. Opas, arcebispo de Hispalis (Sevilha) tio e tutor dos herdeiros afastados. O governador de Ceuta estabelece aliança com Muça, sarraceno e chefe das forças do norte de Africa. As tropas de D. Julião e Muça vencem Rodrigo no ano de 711 na batalha de Guadalete.
Desde esse momento, apenas no séc. XII, altura do nascimento de Portugal, voltou a falar-se de Caliábria. Quatro séculos depois, Caliábria ainda seria uma cidade de algum significado, pois foi dom de D. Fernando à Diocese de Ciudad Rodrigo.



IDADE MÉDIA
ÁRABES

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A invasão dos muçulmanos e a desintegração política e religiosa, incidiu directamente sobre o Riba Côa. Esta invasão fez ruir por completo a organização política do estado Visigótico, transtornando também a comunicação entre as cidades e o campo.
Nos primeiros anos da invasão, os colonos berberes instalaram-se em toda a zona do Douro.
No concelho de Figueira, existem vestígios da sua presença quer pela tradição oral (muitas são as lendas sobre mouras, fontes e sepulturas antropomórficas), quer pela marca deixada na toponímia, como podemos verificar nos nomes de Almofala e Algodres. Mas são ainda mais significativas as inscrições árabes sobre o lintel de uma porta na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo.

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Lintel Árabe, Castelo Rodrigo

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RECONQUISTA CRISTÃ

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Na idade média e num fenómeno que se mantinha desde longo tempo, a insegurança permanente parece ter funcionado como óbice para atrair e fixar gente, o que indica que estas terras permaneceram à margem dos fenómenos de recuperação demográfica e ordenação feudal que estava a ocorrer em zonas próximas.
A situação começou a alterar-se desde meados do século XII, altura em que o monarca Leonês Fernando II, tomou no ano de 1161, a decisão de levar a cabo o repovoamento da zona de Riba Côa. Poucos anos depois, em 1189, Afonso IX de Leão, fixou os limites do concelho de Castelo Rodrigo, o primeiro a ser criado em terras do Riba Côa, tendo posteriormente, em 1209, atribuído à vila o foral.
O início do repovoamento, dado tratar-se de uma decisão política, não só preparava as bases para a futura colonização em massa, mas também ordenava a hierarquia do território e das populações, dentro dos marcos feudais do reino Leonês, o que provocou imediatas reacções militares, do lado português, com o objectivo de impedir essa fixação.
A tentativa portuguesa de impedir uma fixação Leonesa radica na importância estratégica de que se revestia Castelo Rodrigo, de onde poderiam ser arremetidas sortidas contra o território português.
Deste modo, uma sociedade de fronteira, bastante desarticulada e sem nenhum controlo durante vários séculos, em poucas décadas havia-se convertido numa sociedade enraizada na fronteira.
Quando o rei lavrador sobe ao trono português, a situação militar do Riba Côa era clara, pois não obstante as incursões dos seus antecessores, que fizeram passar de mão alguns castelos, toda a região era Leonesa.
D. Dinis pretendeu alterar esta situação e, aproveitando uma fraqueza dinástica de Leão, desloca-se à Guarda e dali declara guerra a Fernando IV, menor, filho de Sancho IV, que tinha por tutor D. Henrique. O rei português inicia uma profunda penetração por Castela, avançando com êxito sobre Ciudad Rodrigo, passa a Salamanca e chega a Valladolid, regressando a Portugal para se apossar da Região de Riba Côa, tendo colocado guarnições portuguesas em Castelo Rodrigo, Alfaiates, Sabugal, Vilar Maior, Castelo Bom, Almeida e Castelo Melhor. Desta forma obriga os Castelhanos a assinar o tratado de Alcanizes em 12 de Setembro de 1297. Com este tratado, o nosso monarca, desiste das pretensões
sobre Limia e Toronho e as terras de Aliste, mas exige o território que ocupara, passando a fronteira para o rio Águeda.
Este tratado teve consequências para as terras do Riba Côa, pois estas nunca mais voltaram a estar integradas nos domínios da coroa de Castela, com excepção para o período da união dinástica entre 1580 e 1640.
Desde aquela data as gentes deste concelho, apesar de longe da capital do reino, mantiveram sempre erguidas as cores da bandeira, que defenderam com denodo, sem olharem a esforços, intervindo em variadas acções militares que permitiram consolidar na população o seu forte sentir nacional e patriotismo.

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Portal do Castelo, em ruínas

A fortaleza de Castelo Rodrigo desempenhou sempre papel de destaque entre os redutos da região e foi motivo de preocupação de sucessivas gerações de monarcas. No tocante à estrutura da fortificação, existem documentos que nos permitem conhecer as medidas que levaram a cabo reis, ordens militares, senhores e os habitantes do concelho.
Assim, D. Dinis, para melhor assegurar a posse das terras conquistadas aos reinos de Leão e Castela, mandou reparar as muralhas em volta da vila, guarnecendo fortemente a vila, o mesmo fazendo a todas as praças da fronteira Este.
Uns anos mais tarde, em 1369, D. Fernando I, na tenaz luta que empreende contra Castela, alegando direito ao trono por morte de D. Pedro I, mandou reparar as muralhas, que foram palco de escaramuças constantes, que se prolongaram até à guerra da Independência, mas como nem sempre os recontros foram favoráveis ás forças portuguesas, a vila sofreu grande sangria na população e o castelo foi caindo em ruínas.
Mais tarde, D. Manuel fê-lo reconstruir em finais da primeira década, dando-lhe foral em Santarém, datado de 25 de Julho de 1509.
Foi precisamente neste século, que os nossos castelos começaram a ser adaptados às armas de fogo com a construção de troeiras e aumento da profundidade das linhas de fogo, através da construção de barbacãs .
O "... Livro das Fortalezas...", de Duarte d'Armas, dá-nos indicações sobre a estrutura física da maior parte dos castelos situados na zona do Riba Côa, pois dos castelos compreendidos no tratado de Alcanizes, encontram-se representados nessa obra, os castelos de Castelo Rodrigo, Almeida, Castelo Bom, Vila Maior e Sabugal, não estando representados nesta zona da Beira, Castelo Melhor, Monforte e Alfaiates.
No desenho do códice de Madrid, lê-se «esta he hua gram ladeira de sobir» o que nos leva a lembrar que as características fronteiriças de Castelo Rodrigo, que o conde da Ericeira descreve como alcantilado e fragosa, eram benéficas para a defesa, aliado à própria fortificação que , apesar da escassa guarnição fazia parte dos castelos de 1ª linha.



BATALHA DE CASTELO RODRIGO

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Muitos foram os momentos da história portuguesa onde o nome de Castelo Rodrigo foi elevado bem alto pela coragem dos seus habitantes, mas provavelmente o momento mais marcante foi a vitória conseguida a 7 de Julho de 1664 .
No século XVII, na Guerra da Restauração, Castelo Rodrigo escreveu a mais bonita página da sua história. Castelo Rodrigo, mantinha-se como fortificação activa, pertencendo à comarca judicial de Pinhel e ao bispado de Lamego, integrando o número de vilas com assento nas cortes, onde em 1642 ocupava o 11ºbanco. Os seus habitantes prezavam a sua situação como
centro da região. Além disso, a vila tinha voz activa quanto à organização dos governos de armas da Beira, coincidindo com Castelo Branco no pedido feito em cortes, em 1646, para que o governo da Beira fosse dividido em dois, para maior eficácia na defesa.
O monarca D. João IV vai então ordenar a divisão da Beira por dois governadores de armas, acreditando que assim ficaria melhor defendida, pois permitia um melhor racionamento das tropas, ao encurtar as zonas de acção numa província tão dilatada.
Assim, o governo das armas das comarcas da Guarda, Pinhel, Lamego e Esgueira é confiado a D. Rodrigo de Castro, então governador da cavalaria do exército do Alentejo, ao passo que Castelo Branco, Viseu e Coimbra ficaram ás ordens de D. Sancho Manuel.
O primeiro comando designava-se por Partido de Almeidae o segundo por Partido de Penamacor.Procurando testar o governador do partido de Almeida, os castelhanos tomam-lhe o pulso, atacando a região de Alfaiates. D. Rodrigo responde, e põe debaixo de ataques S. Felices de los Galegos e destruíu a «campanha» em redor de Ciudad Rodrigo.
Os dois chefes portugueses chegam a planear um ataque conjunto a Alcântara. Em 1651, os castelhanos avançam por Castelo Rodrigo e Sabugal, a que D. Rodrigo de Castro responde, atacando a região de Ciudad Rodrigo e de Salamanca.
Para termos uma ideia clara da importância de Castelo Rodrigo, convém avaliar as várias peças de armas dos dois reinos. Tal como se passava no plano de defesa Português, também a coroa espanhola, ponderava as necessidades e prioridade das suas praças de armas, junto à fronteira de Portugal, onde se destacava Ciudad Rodrigo.
A importância desta praça é bem visível no facto de ter justificado a nomeação, para o seu comando, do duque de Alba, num primeiro momento, e do duque de Ossuna, num segundo.
Só tendo em conta tais factores, será possível fazer justiça ao significado da Batalha de Castelo Rodrigo (Salgadela), uma entre as cinco grandes batalhas da Restauração, segundo o conde da Ericeira.
No ano de 1664, o Marquês de Marialva organiza as forças do Alentejo, tendo as forças portuguesas atacado Valência de Alcântara, rendendo-se muitos lugares. Na Beira, o duque de Ossuna fortifica-se perto de Aldeia do Bispo, mas na doença temporária do governador de armas do partido de Almeida, Pedro Jacques de Magalhães, forças vindas de Trás-os-Montes impedem qualquer avanço. Por sua vez, em Janeiro, Afonso Furtado de Mendonça passa o rio Tourões com 6000 infantes e 1000 cavalos; não consegue destruir o forte, mas danifica os campos de Ciudad Rodrigo.
Depois de construído o forte de Aldeia do Bispo, Ossuna destruiu a ponte de Riba Côa, que facilitava o provimento de Almeida. A ponte é reparada, tendo o governador de armas colocado no local uma atalaia.
Após a tentativa portuguesa falhada de tomar Sobradilho, já que a artilharia não chegou a tempo por dificuldades de transposição do Águeda, Ossuna responde com 5000 infantes, 70 cavalos, 9 peças de artilharia, munições e carruagens e a 6 de Julho está sobre Castelo Rodrigo, que segundo Ericeira era «praça sem mais defesa que uma muralha antiga, porém, situada em terra defensável», sendo a vila governada pelo mestre-de-campo António Freire
Ferreira Ferrão, com uma guarnição de 150 soldados. Foi valorosa a resistência dos defensores, mas necessitavam de socorros. Pediram-nos, tendo estes chegado devido à diligência de Pedro Jacques Magalhães que com 2500 infantes, 500 cavalos e 2 peças de artilharia, avança em socorro da praça sitiada, sem mantimentos, tendo os soldados que partilhar o pão que levavam.
No dizer de D. Luís de Meneses, «... Obedeceram os soldados, alegres e valorosos, em todos os séculos glorioso por esta acção, pois raramente se achará exemplo de igual constância e sofrimento...». Vindo em socorro, na manhã de 7 de Julho, encontravam-se perto das hostes castelhanas, já que aproveitaram o silêncio da noite para avançar sem serem notados. Ossuna atacava a praça, tendo o governador e seus homens resistido. Avança Pedro Jacques, antecipando-se ao reforço que o exército espanhol esperava do Comissário Geral de Cavalaria
D. João de Robles, que no dia anterior havia chegado a Ciudad Rodrigo com 300 cavalos e 1000 infantes.
Pedro Jacques exorta os seus homens a combater, lembrando os ataques constantes de Ossuna à província. Manda tocar as trombetas e caixas, som que identificou ao duque de Ossuna a presença das forças, tomam a artilharia espanhola e desbaratam as suas forças. A batalha estendeu-se depois nos campos entre o Convento de Santa Maria de Aguiar e a Mata de Lobos.

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Monumento em Lisboa, onde está registado a batalha, dedicado aos Restauradores

Pedro Jacques de Magalhães, tendo retirado vitorioso para Almeida, enviava à corte o seu filho Henrique, de 14 anos, que não obstante a idade, já exercitara o posto de capitão de infantaria.
A corte celebrava a vitória. O jornal Mercúrio Português dedicava ao acontecimento um número especial '... Mercurio Portuguez, com as novas do mez de julho anno 1664. Com a gloriosa & maravilhosa vietoria, que alcançou Pedro Jacques de Magalhães, Governador das armas do partido de Almeyda, contra o duque de Ossuna em Castello Rodrigo...'.
Do lado espanhol, D. Guilhermo Toribio conta-nos a retirada do Duque de Ossuna “… acosado el duque por todas partes, com el ejército em derrota, emprendió la retirada … perseguido de cerca y hostilizado constantemente…”.
A luta ficava então reduzida a pequenas escaramuças locais até à paz de 13 de Fevereiro de 1668, terminando também o reinado dramático de D. Afonso VI, a quem sucede o regente,
infante D. Pedro, ao serviço de quem estará Pedro Jacques de Magalhães, o chefe vitorioso de uma grande batalha da restauração, a única que teve lugar na Beira, numa das praças da fronteira.
No local da Salgadela, ainda hoje existe um Padrão, designado de Padrão de Pedro Jacques de Magalhães, que foi classificado como Monumento Nacional em 1910. João da Fonseca Tavares
mandou erguer em 1664 no local da batalha, em lembrança da vitória:
A paz entre Portugal e Castela foi finalmente assinada em Madrid a 5 de Janeiro de 1688 e ratificada em Lisboa a 13 de Fevereiro do mesmo ano. Instalava-se durante alguns tempos, nova época de paz, num concelho que durante 28 anos havia vivido em constante inquietude, com muitas povoações incendiadas e duas completamente destruídas, arruinando toda a vida económica da região, o que levou ao despovoamento.
Sendo uma região de fronteira, importante do ponto de vista militar, o Concelho de Castelo Rodrigo, viveu sempre em clima de desconfiança face ao exército Espanhol, referências a muitas surtidas feitas por ambos os lados. As épocas de Paz nunca eram longas.
O início do governo de D. Pedro II em 1667 e com a assinatura da paz com Espanha em 1668, a vida política interna e externa do país, manteve uma certa estabilidade que só seria destruída aquando das invasões francesas.
A nível da política externa, assinalou-se a intervenção de Portugal entre 1703 e 1713 na Guerra da Sucessão de Espanha, ao lado das várias potências europeias, contra a França e a Espanha. Ficou famosa uma incursão do exército português sob a direcção do marquês das Minas que, em 26 de Junho de 1705, conseguiu entrar em Madrid.
Castelo Rodrigo e toda a região estariam de novo envolvidos pelo espectro da guerra. A praçaforte de Castelo Rodrigo, traduzindo um clima geral de preocupação, vê aumentada a guarnição com a chegada de 30 soldados.
Mais tarde, no reinado de D. José, a situação de crispação Internacional voltaria a envolver o país e em particular as regiões fronteiriças sob o espectro da guerra. Defendeu-se a neutralidade portuguesa perante a Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o que provocou no ano de 1762 a invasão por tropas espanholas e francesas das regiões fronteiriças, como represália
contra a recusa de D. José em integrar Portugal no «Pacto de Família» dos Bourbons. Segundo este acordo, o monarca português deveria combater contra a Inglaterra por ser casado com D.
Mariana Vitória, filha de Filipe V, rei de Espanha e da família Bourbon de França.
A França declara guerra a Portugal a 20 de Julho de 1762. Um exército composto por forças francesas e espanholas entram por Trás-os-Montes a 23 de Julho, estando sobre o Riba Côa a
11 de Agosto. Uma vez mais, as populações sofrem as pilhagens perpetradas pelas forças invasoras.
Quando em 1789 se dá em França a revolução, assiste-se por parte das monarquias europeias a uma forte reacção. A animosidade do governo português ficou patente no envio de soldados para se juntarem a tropas inglesas e espanholas na Campanha do Rossilhão contra a França,
que decorreu em 1794.
Sem qualquer vantagem para Portugal, o conflito suscitou mais tarde a reacção francesa que, aliando-se à Espanha, declarou guerra a Portugal a 27 de Fevereiro de 1801. Por três vezes é invadido Portugal, sendo que a terceira invasão no ano de 1810, chefiada por Messena, entrou no nosso território pelas terras de Riba Côa.
Milhares de vítimas, culturas e fábricas destruídas, foram os resultados que se fizeram sentir de forma dramática sobre os habitantes deste concelho e de todos os concelhos vizinhos. A violência das tropas francesas deixou profundas marcas nas freguesias do concelho.
As invasões francesas constituíram a ultima grande penetração violenta de estrangeiros no território nacional, deixando contudo profundas recordações, ainda hoje vivas na memória popular.
Poucos anos depois, Castelo Rodrigo que desde 1209 desempenhou papel fundamental na região do Riba Côa, vai sofrer rude golpe. A rainha D. Maria II atribuiu o título de vila a Figueira a 25 de Junho de 1836. A 31 de Dezembro de 1836, por decreto de Passos Manuel, é extinto o histórico concelho de Castelo Rodrigo, que é substituído pelo de Figueira de Castelo Rodrigo.

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Localizado no quadrante Nordeste do Distrito da Guarda, o concelho de Figueira é constituído por 17 freguesias, distribuídas por uma área de 508,57 km 2.
Pelas freguesias, os campos de cereais e as árvores de fruto conferem à paisagem rural uma beleza dificilmente igualável, enobrecida ainda mais, pela imponente arquitectura religiosa, com igrejas e capelas de rara beleza.
Hoje, a vila de Figueira e o seu concelho são conhecidos e reconhecidos pelo seu rico património monumental, pela beleza das suas paisagens, pelo sabor da sua gastronomia e dos seus vinhos e pela hospitalidade das suas gentes.





Turismo



O Concelho encerra potencialidades turísticas variadas, que vão desde a beleza paisagística a valores históricos, arqueológicos e arquitectónicos, desde a diversidade artesanal e gastronómica a festas e romarias bem características, passando por capacidades piscícolas e cinegéticas.
Quem visitar esta região, não pode deixar de ficar agradavelmente impressionado, principalmente na primavera, ao contemplar o belo panorama que nele se desfruta. Os vales profundos dos rios Águeda e Côa, o Douro internacional e o seu cais fluvial, a serra da Marofa que oferece magnificas vistas, constituem, não raras vezes, a motivação para a deslocação dos visitantes, mobilizados pelo deslumbramento de uma paisagem única, onde a existência de miradouros, quer naturais quer construídos, lhes proporciona um quadro de grande qualidade e rara beleza.
Nos meses de Fevereiro e Março, as amendoeiras em flor, oferecem aos nossos olhos uma beleza de estonteante cromatismo.
Os produtos regionais de excepcional qualidade e a riqueza da cozinha tradicional, são mais um factor a cativar os visitantes. Descubra e faça descobrir este concelho pleno de História, encanto e magia.




CLIMA



O clima desta região é caracterizado por pouca precipitação, devido à barreira formada pelo conjunto de serras que se estendem do litoral norte até à região do Caramulo onde é descarregada grande parte da água transportada pelas nuvens, e por grande variação das temperaturas ao longo do ano. Regra geral o Inverno é frio e pouco chuvoso e o Verão muito quente e seco.

Inverno – É uma estação do ano muito fria. Nas noites em que o céu está limpo aparecem fortes geadas, muito prejudiciais para as pequenas culturas, que cobrem os telhados por uma fina camada de gelo. Nos meses de Janeiro e Fevereiro é frequente a queda de neve. A congelação da pouca chuva e do orvalho dá origem ao denominado “sincelo”, pedaços de gelo que ficam pendentes dos telhados e das árvores.
Primavera – Os sinais do inicio da Primavera são dados por acontecimentos característicos deste concelho; o regresso das cegonhas e o florir das amendoeiras. Nesta época a precipitação aumenta consideravelmente o que torna os campos verdes e a paisagem deslumbrante.


Verão – O forte calor e a ausência de chuva desta estação pinta a paisagem com tons de amarelo dando um aspecto agreste à região. Em muitas ocasiões o calor torna-se sufocante o que dificulta ainda mais a vida dos pequenos agricultores que dependem das suas pequenas explorações para sobreviver.


Outono – É uma estação relativamente curta pois o frio chega cedo principalmente como resultado dos fortes ventos vindos do Norte; o vento “cieiro”. Aparecem também as primeiras chuvas que são o primeiro sinal para o inicio de novas culturas.
O clima agreste foi desde sempre um dos principais problemas para a fixação de população nesta região. As dificuldades em ver as culturas prosperar levaram ao abandono, cada vez em maior escala, dos campos cultivados e consequente desertificação dos solos. À população não restou outra alternativa senão abandonar as terras e migrar para o estrangeiro, para Lisboa ou para Coimbra.




OS CAMINHOS DE SANTIAGO


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A peregrinação a Santiago de Compostela é uma das mais tradicionais peregrinações da Europa. A passagem dos romeiros de toda a Europa por Portugal a caminho de Santiago foi muito intensa entre os séculos X e XIX, altura em que, por vários motivos, esta peregrinação caiu quase no esquecimento. Muitas das localidades do concelho eram pontos de passagem dos peregrinos que se dirigiam à Galiza.
Segundo consta no ano de 44 o rei Herodes Agripa mandou matar São Tiago, O Maior. Os seus discípulos guardaram o corpo e dirigiram-se para a Península Ibérica onde, segundo a tradição, o santo tinha pregado. Guiados por um anjo, chegaram à Galiza e ergueram uma capela onde o sepultaram.
Os séculos passaram e a Península, invadida pelos muçulmanos, foi dominada pela fé islâmica. No ano 813, o eremita Pelaio, que pregava numa pequena igreja, teve uma visão. Acompanhado pelo Bispo Teodomiro, dirigiu-se para um bosque sobre o qual brilhava, intensamente, uma estrela. Descobriu, então, a primitiva capela onde fora sepultado São Tiago.
Quando Dom Afonso II, rei das Astúrias, foi avisado, dirigiu-se para o local. Com grande pompa, os restos mortais do santo foram conduzidos para Compostela, tornando-se num dos principais centros de peregrinação do mundo cristão.
Os peregrinos tinham por costume levarem conchas presas nas capas que simbolizavam o perdão. Era tão grande o fluxo dos peregrinos, vindos de todos os pontos da Europa para Compostela que, no século XII, foi escrito o “Codex Compostellanus”. Este conjunto de 5 livros dava indicações aos peregrinos, sugerindo-lhes os vários percursos e prevenia-os contra os diversos perigos e vigarices de que poderiam ser alvo durante a sua caminhada.
Um dos caminhos ao qual a cruz situada à entrada das eiras, na freguesia de Mata de Lobos, dava acesso, sairia de Escarigo, seguia por Almofala e passava pelo Convento de Aguiar.
Na pequena aldeia raiana de Escarigo há uma rua denominada “rua da albergaria”, onde se encontra uma casa com porta e janela quinhentistas. Ai funcionava uma albergaria que dava apoio ao romeiros. Numa outra casa, perto da Igreja Matriz, existe uma janela ornada com conchas um dos símbolos dos peregrinos.
Em Almofala , solitário, mas orgulhoso da sua beleza, com o musgo a cobrir alguns pedaços do cinzento granito, ergue-se, num alto sobranceiro à freguesia, o “Cruzeiro Roquilho”, do século XVI. Ornado com motivos alusivos à peregrinação entre os quais um cordeiro e conchas esculpidas na pedra, indicava-lhes os percurso.
Passando ao lado do “Casarão da Torre”, a viagem prossegue. Lá no alto, as ruínas do Castelo Rodrigo. Na Igreja Matriz, o púlpito de granito, mostra-nos novamente a “vieira”, símbolo dos peregrinos.
A serra da Marofa era o ponto de referência para a continuação da viagem. A meio da encosta, o caminho dirigia-se para a aldeia do Colmeal seguindo por Pinhel, Trancoso, Lamego prosseguindo para Trás-os-Montes e Minho, até à Galiza.
O outro percurso vinha de Escarigo até ao Convento de Santa Maria de Aguiar, como o anterior.

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Convento Santa Maria de Aguiar

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Azulejos nos Passos do Conselho, em Figueira

O interior do Convento, amplo e fresco, reconfortava os peregrinos cansados da dura jornada dando-lhes novas forças para continuarem o seu caminho para Castelo Rodrigo. Daqui seguiam para Escalhão e continuavam até Barca d’Alva. Atravessado o rio Douro o percurso continuava por Freixo de Espada a Cinta, Miranda do Douro, Bragança, Chaves e finalmente a Galiza.

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Lendas


Lenda de Santa Maria de Aguiar

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Reza a história que a Santa teve papel preponderante na vitória lusa ao receber no manto as balas disparadas pelos espanhóis.
A Santa começou a ser venerada há vários séculos na sequência de preciosa ajuda que teria dado às tropas portuguesas nas batalhas que travaram com os castelhanos. Assim, em 1664, nos campos que rodeiam o convento de Santa Maria de Aguiar travou-se uma grande batalha onde os espanhóis apesar de em maior número foram copiosamente derrotados e tantos os seus mortos que se passou a chamar àquela batalha, a “Batalha da Salgadela”. Diz a lenda que a Santa teve papel preponderante na vitória lusa ao receber no manto as balas disparadas pelos espanhóis, evitando assim que os portugueses fossem atingidos. «Mira que anda Santa Capeluda a aparar las balas com um azafáte» teria sido a expressão usada pelos castelhanos durante a batalha.

A lenda de amar ofa...
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Zacuto, judeu fugido de Espanha, comprou o monte fronteiro a Castelo Rodrigo e aí se estabeleceu com sua filha Ofa, senhora de invulgar beleza. Corrida a notícia da sua existência, Luis, filho do fidalgo de Cinco Vilas, depressa se fez conhecer e por ela se enamorou. Quando alguém lhe perguntava "Onde vais Luís?" este respondia: "Vou amar Ofa".
Assim todos começaram a dizer "Luís foi amar Ofa". Tornados cristãos novos por imposição real, Zacuta e sua filha puderam continuar a viver no seu monte.
Ofa e Luís uniram os seus destinos no Mosteiro de Santa Maria de Aguiar. Desde essa altura que a serra passou a chamar-se Marofa, adulterando a frase dita por Luís a caminho da casa da sua amada.
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Fontes: Página da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, e várias pesquisas na Net


Porto Côvo

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Porto Covo, freguesia do Concelho de Sines, recebeu esta classificação administrativa pela Lei N.º 64/84, de 31 de Dezembro de 1984.

Banhada a Poente pelo Oceano Atlântico, faz fronteira a Sul com o Concelho de Odemira. A Norte, os seus limites correspondem à Ribeira da Oliveirinha (Praia de Vale Figueiros) até à Estrada Nacional 120-1, ao Km 7,5 e a Nascente, desde o Km 7,5 da Estrada Nacional 120-1, seguindo este até encontrar a linha limite do Concelho de Sines com o de Santiago do Cacém.
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História

São do Paleolítico inferior, os primeiros vestígios de ocupação do homem, provavelmente da espécie homo-erectus, na Freguesia de Porto Covo.
Os achados de instrumentos de pedra lascada do Paleolítico inferior (Acheulense), nos estratos plistocénicos subjacentes a duna consolidada, sobre a qual foi construída a fortaleza de terra do Pessegueiro, confirmam indirectamente a presença desta espécie.
Encontramos também vestígios do Mesolítico (na Samouqueira e Vidigal), do Neolítico (Samouqueira, Vale Vistoso e Vidigal), da Idade do Cobre (Vale Vistoso), da Idade do Bronze (no Cemitério dos Mouros e Monte da Ilha), da Idade do Ferro (Ilha, Cemitério dos Mouros), da Época Romana (Ilha) e do Século XVIII, altura da fundação de Porto Covo.
A Costa do Litoral Alentejano, é constituída por arribas altas e contínuas, que se intercalam com pequenas angras de areia fina, que originam belíssimas praias, hoje tão concorridas.
Sobre uma dessas arribas, nasceu Porto Covo, que em 1780, contava apenas com 4 fogos.
Porto Covo, cuja história se confunde com a história do primeiro Barão daquele título, Jacinto Fernandes Bandeira, reflecte no seu Plano de Urbanização da altura, uma certa inspiração no urbanismo pombalino, que tem, no entanto, concretização limitada. De facto, o traçado rectilinear das ruas e a praça, é o que resta da ideia inicial.

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As possibilidades de utilização da angra (Baía) de Porto Covo e do ancoradouro do Pessegueiro, foi o bastante para despertara atenção de Jacinto Fernandes Bandeira, que aqui decidiu fundar a povoação.
Membro da alta burguesia comercial do tempo de Marquês de Pombal, Jacinto Fernandes, fazia parte do grupo de plebeus, rapidamente enriquecido, que subiram ao poder. Por ter entre outras coisas principiado esta povoação, foi-lhe atribuído em 1794, por decreto de 31 de Maio, “mercê de fidalgo cavaleiro da Casa Real”.
Em 13 de Junho de 1796, passa a usar por direito próprio a denominação de Senhor de Porto Covo, em consequência da actividade com que promove o estabelecimento desta aldeia, já que beneficiou a agricultura, a pesca e, ainda, o provimento da Corte.
A 15 de Agosto de 1805, tem finalmente o título de Barão de Porto Covo.
Pensa-se que o Plano que mandou fazer para edificar Porto Covo, é constituído, pelos desenhos, hoje arquivado na Torre do Tombo, denominado – “Mappa da Configuracçaõ do Terreno e Porto Covo que se pretende Habitar, e Cultivar” e “Planta/Da Nova Povoacçaõ, do/Porto Covo”.
Fonte de inspiração de poetas e cantores, Porto Covo desde sempre encantou os seus visitantes logo num primeiro olhar. Em meados do século XVIII Porto Covo não passava de um pequeno lugar implantado na arriba, próximo de uma pequena enseada. Sabe-se que em 1780 o pequeno povoado resumia-se a quatro casas apenas.
Testemunhas desta história, a Ilha do Pessegueiro com os seus fortes comprova o que restava de uma grandioso projecto de um porto marítimo que Filipe II de Espanha e I de Portugal havia concebido para aquele lugar. Este projecto nunca se chegou a concretizar durante o século XVIII a principal actividade registrada em Porto Covo prendia-se com a utilização da calheta local e do ancoradouro do Pessegueiro como portos de pesca e de comércio.
Assim permaneceu discretamente até ao dia em que um membro da alta burguesia comercial pombalina se encantou por aquele pequeno lugar. Jacinto Fernandes Bandeira era oriundo de uma família não muito abastada de Viana do Castelo. Veio cedo para Lisboa enveredando pela actividade comercial na qual granjeou grande sucesso. Jacinto Fernandes Bandeira depressa alcançou notoriedade, enriqueceu e ganhou poder durante o Governo do Marques de Pombal. A sua ascensão levou a que recebesse inúmeros títulos, entre os quais o de Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, em 1794, por "haver principiado uma povoação no sitio de Porto Covo, de que pode resultar muita utilidade ao comercio e transportes da província do Alentejo, cuja povoação se obrigou a concluir na conformidade do mapa que apresentou", assim rezava o decreto. Para concretizar a edificação da povoação, Jacinto Fernandes mandou fazer um plano constituído por dois desenhos; o Mapa da Configuração do Terreno e Porto Covo que se pretende habitar e cultivar e ainda uma Planta da Nova Povoação de Porto Covo. Assim começava um novo ciclo na vida do lugar de Porto Covo, associando à ascensão de Jacinto Fernandes Bandeira que, a 13 de Junho de 1796, recebe a denominação de Senhor de Porto Covo "em consideração da actividade com que promove o estabelecimento e povoação de Porto Covo, em benefício da agricultura, da pesca e do provimento da Corte".
Em 1802 Jacinto Fernandes torna-se Alcaide-mor de Vila Nova de Mil Fontes e, algum tempo depois, passa a Conselheiro da Real Fazenda. A 15 de Agosto de 1805 recebe o título de barão de Porto Covo.
A povoação e inspirada no traçado geométrico da baixa pombalina, em Lisboa, como se pode ler na obra Porto Covo - Um exemplo de urbanismo das Luzes, da autoria do historiador António Quaresma. "Nele sobressaem duas praças que lhe conferem esquematicamente certa semelhança com um H: a Praça do Poleirinho, junto ao Porto e a Praça do Mercado. Entre as duas, os equipamentos sociais: o hospital para inválidos e expostos e a igreja. Tudo na nova povoação esta racionalmente e previamente determinado: blocos de habitação, celeiro, armazém de carvão, estalagem, instalação para os armadores de pesca, edifício da Câmara e da cadeia e a casa da Fazenda. Cercando grande parte do conjunto um cortina com a dupla função de fortificar e de impedir que alguém se precipitasse da arriba".

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Jacinto Fernandes Bandeira dedicou a sua vida ao incremento da povoação vindo a falecer a 30 de Maio de 1806. Solteiro, deixou os seus títulos de herança ao seu sobrinho Jacinto Fernandes da Costa Bandeira que vem a receber o título de segundo Barão de Porto Covo. Este, por sua vez, por valiosa contribuição para a política do reino chega ao cargo de ministro da Fazenda e presidente do Banco de Lisboa. É elevado a Visconde de Porto Covo em 1825 e em 1843 passa a Conde deste lugar. Sob a regência deste segundo Barão o crescimento de Porto Covo não é muito significativo tendo, um século depois, cerca de vinte fogos. Porto Covo nunca chegou a desempenhar o papel de porto do Alentejo. Teve no entanto um papel secundário como porto comercial, sendo a pesca a sua actividade mais importante.
O desenvolvimento da povoação só registou um avanço significativo aquando da construção do complexo industrial de Sines. Nessa altura aumentou de cinquenta e cinco fogos e 246 moradores em 1940, para cento e quarenta e quatro fogos em 1980, registando então um total de 539 habitantes.
Inserida no concelho de Sines, Porto Covo tornou-se freguesia em 1984, evoluindo de uma aldeia piscatória para um local de atracão turística, potenciando a beleza da sua paisagem com as suas praias de areia branca e fina aquecidas pelo sol e a hospitalidade das suas gentes. Outro ponto de interesse turístico é a Ilha do Pessegueiro, com a sua praia com condições para a prática de windsurf, passeios de barco e pesca desportiva.
Chamava-se Porto Covo Bandeira a esta pequena localidade, porque pertencia ao Conde Bandeira, proprietário de muitos bens.
Seria Porto Covo um dos seus condados, para além destes bens, sabe-se também que o conde era dono de um banco em Lisboa na Rua Augusta, que se intitulava por Banco Porto Covo e Companhia, e o palacete onde hoje ficam, os Armazéns da Grandela também eram propriedade sua.
Devido à Guerra Civil de Espanha, quase todos os bens do Conde foram confiscados, sendo o Condado de Porto Covo uma das últimas propriedades a ser vendida.
Assim sendo, Porto Covo Bandeira, passou a chamar-se só Porto Covo.
Ainda hoje se encontra no Museu dos Coches, o coche do Conde de Porto Covo Bandeira.
São do Paleolítico inferior, os primeiros vestígio de ocupação do homem, na freguesia de Porto Covo. A costa do Litoral Alentejano, e constituída por arribas altas e continuas, que se intercalam com pequenas angras de areia fina, que originam belíssimas praias. Numa dessas arribas, frente a Ilha do Pessegueiro ergue-se o forte com o mesmo nome da Ilha, que servia para defesa daquela zona da investida de corsários e conquistadores.
Sobre uma dessas arribas, nasceu Porto Covo, que em 1780, contava apenas 4 fogos.
Porto Covo, cuja história se confunde com a história do primeiro Barão, Jacinto Fernandes Bandeira, reflecte no seu Plano de Urbanização da altura, uma certa inspiração no urbanismo pombalino (o largo principal e o traçado rectilíneo das ruas, e uma das maravilhas do urbanismo e da arquitectura popular portuguesa, remontando ao século XVIII).
As possibilidades de utilização da angra (Baia) de Porto Covo e do ancoradouro do Pessegueiro, foi o bastante para despertar a atenção de Jacinto Fernandes Bandeira, que aqui decidiu fundar uma povoação.
Membro da alta burguesia comercial do tempo de Marques de Pombal, Jacinto Fernandes, fazia parte do grupo de plebeus, rapidamente enriquecido, que subiram ao poder. Em 13 de Junho de 1976, passa a usar por direito próprio a denominação de Senhor de porto Covo, em consequência da actividade com que promove o estabelecimento desta aldeia, já que beneficiou a agricultura, a pesca e ainda o provimento da Corte. A 15 de Agosto de 1805, tem finalmente o título de Barão de Porto Covo.
Porto Covo, zona extremamente rica e das mais bem preservadas da Europa, insere-se na Área de Paisagem Protegida do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Costa de falésias altas, alternando com praias de areias brancas e finas, de uma beleza agreste e natural, abriga uma fauna e uma flora excepcionalmente ricas, (que coabitam com elementos geológicos e paleontologicos de espectacular interesse).
A protecção destes elementos constitutivos do nosso património natural e ainda de outros elementos, encontram-se salvaguardados nos Planos que regulamentam os modos de ocupação, transformação e uso do solo.

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Ao nível do Planeamento e Ordenamento do Território, pelo "PROTALI" - Plano regional de Ordenamento do Território do Alentejo Litoral; "P.D.M." - Plano Director Municipal; "P.U." - Plano de Urbanização do Porto Covo; "P.P." - Plano de Pormenor Estudo de Desenvolvimento Turístico do Sul do Concelho.
A ocupação humana da área que e hoje Freguesia de Porto Covo, apoiou-se desde logo, nos recursos que o mar e a terra ofereciam. No Inverno os homens trabalhavam na terra, cultivando o trigo, milho, cevada, tremocilha, batata branca, batata-doce, feijão e abóbora.
Nos meses de Verão dedicavam-se a pesca. Abundava neste costa, o sargo, o robalo, polvos, lulas, moreias e lagosta. Havia alturas do ano em que as marés vivas permitiam a apanha de algas, que envolvia grande parte da população.
Actualmente estas actividades coexistem com outras que se lhe sobrepõem.
A tradicional apanha das algas desapareceu totalmente. O Cultivo da terra e feito por uma pequena parte da população, a actividade piscatória deixou de ter a preponderância de antigamente, surgindo para muitos como actividade complementar.
O turismo e agora a actividade principal, que deu origem ao incremento de uma série de actividades paralelas.

Junta de Freguesia de Porto Covo
Porto Côvo e uma pequena e pobre terra de pescadores, ao sul de Sines. O largo, que destacamos, antecede o lugar e é-lhe posterior em data de construção.Não obtivemos dados que permitam verificar as razoes do aparecimento deste curioso largo; indicações de alguns pescadores levam a crer que foi construído por um particular.Quando se entra aqui, pela primeira vez, respira-se uma sensação inesperada de agrado: ha de facto uma composição geral invulgar, que todavia não nos parece de feição marcadamente popular. A regularidade geométrica, a valorização relativa dos volumes - pequenos torreões nos ângulos - a posição da Capela, etc... sugerem influencias urbanas.Mas e notória, depois de uma melhor observação do conjunto e das habitações, uma pobreza que não se pretende esconder. A conservação e caiação das fachadas não se faz. As casas construídas em taipa e a cobertura e de telha; os pavimentos são térreos, a maior parte das portas e janelas tem apenas portadas de madeira sem vidro. Alguns habitantes tem necessidade de alugar as suas casa durante a época de Verão.

Visto de frente

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Visto de cima

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A Ilha do Pessegueiro sempre foi um dos mais importantes portos naturais da nossa costa. Por isso no local onde se ergueu, no século XVIII esta Fortaleza, sempre existiu outra, desde os primeiros povos que por aqui passaram.Durante séculos foi refugio de piratas. A necessidade de defesa da ilha dos piratas terá contribuído para que em, 1603, Filipe III encarregue o Alexandre Massai do projecto da construção de um forte na "Ilha do Pixiguero". É possível que este forte não tivesse resistido às investidas de piratas ou de um ataque espanhol nas guerras de Restauração.

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Em finais do século XVII, D. Pedro II ordenou a construção de um novo forte. Para evitar um novo ataque a partir do continente é construído o forte da "Ilha de Dentro", hoje abandonado. Neste forte ainda é possível ver o seu fosso e as bem aparelhadas muralhas quase intactas. Evidencia todo o forte a preocupação do melhor aproveitamento para plataformas de tiro e da mobilidade que permitisse fazer fogo com rapidez para qualquer angulo.Em está a guarita, cujos vestígios são visíveis no fosso ao lado poente.A fortaleza existente na ilha teria como função o apoio ao Forte de Terra na defesa da costa.O Forte do Pessegueiro teve guarnição até ao ano de 1844.

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A Ilha do Pessegueiro, com 355 metros de comprimento e 235 metros de largura, localiza-se a 250 metros da linha de costa, a 15 km para sul de Sines e a 12 km para norte de Vila Nova de Milfontes. Leite de Vasconcelos assemelhou-a à Ilha de Poetanion referida na “Ora Marítima” de Aveiro.
A importância da Ilha do Pessegueiro relaciona-se com o facto do Litoral ocidental da costa portuguesa oferecer poucos abrigos à navegação, para o que contribui também o regime desfavorável de ventos, daí a sua valorização neste contexto geográfico, propiciando o desenvolvimento do comercio realizado por mar. saliente-se nomeadamente a sua proximidade e acessibilidade à região mineira do Cercal.
Os romanos desde cedo se aperceberam destas vantagens, note-se que eram inúmeros os naufrágios no Cabo Sardão. Evidencie-se, ainda, a dificuldade que os barcos encontravam pela frente ao pretenderem entrar na barra de Vila Nova de Milfontes. Por isso, o comercio de minério se fazia pela Ilha do Pessegueiro.
A existência de um canal entre a Ilha do Pessegueiro e a costa, representou um dos melhores fundeadouros do Litoral Alentejo. Proporcionou no reinado de Filipe I, a elaboração do projecto do Porto Artificial da Ilha do Pessegueiro, que nunca conheceu conclusão e de que ficariam as fortalezas construídas: uma na costa e outra na Ilha. A primeira, com reduzida guarnição, dava o seu contributo para a vigilância e defesa da costa, a segunda cuja construção se iniciou em 1588, a mandado do Cardeal D. Alberto Arquiduque da Áustria, é da autoria do Engenheiro Filipe Terssi ou Terzi; e, encontra-se actualmente em mau estado.

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Lenda da Cabeça da Cabra

Conta a lenda, que vivia um camponês nestas paragens, que tinha a seu cargo a guarda de um rebanho de cabras, entre as quais, havia um bode preto. Levava esse camponês uma vida simples e pobre. Muitas noites deitado na sua cama de palha sonhava ele que se fosse a Santarém lá encontraria o seu bem. Tantas vezes sonhou isto o pobre pastor, que um dia resolveu pôr-se a caminho de Santarém. Ali chegado começou a vaguear pelas ruas da cidade com o seu saquitelo às costas. Um sapateiro que trabalhava à porta da sua casa, vendo passar o camponês meteu fala com ele: - Que faz por aqui, camarada? - Donde é? - Ora deixe-me cá, sou lá das bandas do mar do Alentejo e ando à procura do meu bem. - Do seu bem? - Aqui pelas ruas da cidade? - Pois, é que eu sonhei que se viesse a Santarém encontraria o meu bem. Pobre de mim, tenho andado andando e ainda não encontrei nada. - Oh! Homem... Você acredita em sonhos? Pois olhe que eu também tenho sonhado, que num curral de cabras de uma herdade Alentejana existe uma pedra onde todas as noites se deita um bode preto e que debaixo dessa pedra existe uma riqueza enorme... O camponês que de tolo não tinha nada logo ali percebeu, que se tratava do seu bode e do seu curral. Não disse nada ao sapateiro mas logo se pôs a caminho de volta à sua terra. Lá estava a pedra e o seu bem, pois debaixo dela havia uma grande riqueza em ouro. Em memória do feliz acontecimento logo deu àquele lugar o nome de "O Cabeço das Cabras", visto ficar no cimo dum outeiro. Mais tarde ao construir um monte Alentejano passou a chamar-lhe Cabeça da Cabra!
Trabalho realizado pelos alunos da Escola da Cabeça da Cabra

Lenda da Gralha

Do tempo em que o Forte da Ilha do Pessegueiro, era ocupado pelos Mouros se conta esta lenda. Um capitão mouro vivia no referido forte com um grupo de soldados, sua mulher e filhos. Tinha a seu cargo a defesa da fortaleza e o treino dos seus soldados. Sonhava, ele, fazer do seu filho (criança de 8 anos), um grande guerreiro, corajoso e forte, destemido e sanguinário, Porém o menino detestava as armas e fugia aos treinos a que o pai o submetia. Gostava muito de brincar e tinha um coração bondoso, tanto para com a gente como para todos os animais. Afeiçoou-se de tal maneira a uma gralha, que era ela o seu passatempo favorito. Onde estava o menino lá estava o pássaro, o pai enfurecido do seu desinteresse pelas artes da guerra, ameaçou-o de matar a gralha se ele não deixasse de brincar com ela. Então, uma noite quando todos dormiam o menino pegando na sua companheira gralha resolveu fugir para que seu pai não matasse a sua amiguinha. Muitos dias se passaram. Todas as buscas tinham resultados vãos pois não encontravam o pobre menino. Chorava a mãe, arrependia-se o pai; mas tarde de mais. Quando voltaram a ver o seu filho, já ele estava morto junto a uma fonte num vale, com a sua amiga gralha pousada no seu corpo, morta também. Desde ai, ficaram a chamar àquele lugar a "Fonte da Gralha".
Nota: Esta fonte encontra-se debaixo da água da nova barragem, construída na herdade da Cabeça da Cabra, e muita gente aqui residente se lembra perfeitamente dela.
Trabalho realizado pelos alunos da Escola da Cabeça da Cabra

Lenda da Fonte Mouro

Fonte Mouro é um pequeno lugar que fica entre a Cabeça da Cabra e a Ilha do Pessegueiro. Todos os meninos e meninas ali residentes vêm à escola da Cabeça da Cabra, por isso é justo que contemos também alguma coisa sobre aquele lugarejo. Conta-se que o nome «Fonte Mouro», resultou da seguinte lenda: - Vivia um casal de Mouros nesta região, onde eram abastados lavradores. Tinham eles uma formosa filha, que pela sua beleza e bondade, despertou a paixão dum grande feiticeiro, que se julgou no direito de pedir a mão da jovem em casamento. - Tanto a jovem como seus pais recusaram tal pedido. O feiticeiro vendo-se recusado enfeitiçou a pobre menina que num dia para o outro viu o seu destino mudado. Ficou transformada numa pedra que servia de porta a uma Fonte que ficava no fundo Vale. Todas as noites, à meia-noite a pedra tomava a forma da jovem que penteava os seus cabelos louros enquanto cantava uma melodia tão bela que deixava pasmados todos que a ouviam. Ninguém se atrevia a passar perto daquele lugar enquanto fosse noite. A pobre menina aí ficava outra vez transformada em pedra até que surgisse um jovem cristão que quebrasse o feitiço. Um dia ele apareceu!... Lindo e bom passou por ali um jovem. O vigoroso Anselmo, assim se chamava o jovem, ao saber de tão estranho feitiço, logo se propôs quebrá-lo. Esperando a meia-noite, perto da Fonte, logo que a bela jovem saiu do seu feitiço para cantar a sua melodia, saiu do seu esconderijo e dando a mão à encantadora menina a afastou da fonte e ali ficou quebrado o feitiço.
O Povo começou a chamar àquela fonte «A Fonte da Moura». Com o rodar dos tempos começaram a chamar àquela região, «Fonte Mouro», nome porque ainda é conhecido.

Trabalho realizado pelos alunos da Escola da Cabeça da Cabra
Como chegar...

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Texto retirado da página oficial de Porto Côvo,http://www.freguesiadeportocovo.com/