Marte


Características orbitais

Raio orbital médio:
227 939 100 km

Periélio:
206 669 000 km

Afélio:
249 209 300 km

Excentricidade:
0,093315

Período orbital:
686,971 dias

Velocidade orbital média:
24,077 km/s

Inclinação:
1,850°

Satélites naturais: 2 (Fobos e Deimos)

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Características físicas


Raio equatorial:
3396,2 ± 0,1 km


Área da superfície:
144 798 500 km²

Massa:
6,4185×1023 kg

Densidade média:
3,934 g/cm³

Aceleração gravítica à superfície:

3,69 m/s²

Velocidade de escape:
5,027 km/s

Inclinação axial:
25,19°

Albedo:
0,15

Temperatura à superfície:
min 186 K
méd 227 K
máx 268 K

Atmosfera
Pressão atmosférica:
0.7-0.9 kPa
Marte visto do Hublle

Composição:
95,72% de Dióxido de Carbono 2,7% de Nitrogênio 1,6% de Argônio ,2% de Oxigênio 0,07% de Monóxido de carbono 0,03% de Vapor de Água 0,01% de Óxido nítrico Traços de Neônio, Criptônio, Formaldeído, Xenônio, Ozônio, Metano


Marte é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas telúricos no sistema solar, situando-se entre a Terra e a cintura de asteróides a 1,5 UA do Sol (ou seja, a uma vez e meia a distância da Terra ao Sol). De noite, aparece como uma estrela vermelha, razão por que os antigos romanos lhe deram o nome de Marte, o deus da guerra.

Os chineses, coreanos e japoneses chamam-lhe "Estrela de Fogo", baseando-se nos cinco elementos da filosofia tradicional oriental. Executa uma volta em torno do Sol em 687 dias terrestres (quase dois anos).
Marte é um planeta com algumas afinidades com a Terra: tem um dia com uma duração muito próxima do dia terrestre e o mesmo número de estações.
Marte tem calotas polares que contêm água e dióxido de carbono gelados, a maior montanha do sistema solar - o Olympus Mons, um desfiladeiro imenso, planícies, antigos leitos de rios secos, tendo sido recentemente descoberto um lago gelado.

Os primeiros observadores modernos interpretaram aspectos da morfologia superficial de Marte de forma ilusória, que contribuíram para conferir ao planeta um estatuto quase mítico: primeiro foram os canais; depois as pirâmides, o rosto humano esculpido, e a região de Hellas no sul de Marte que parecia que, sazonalmente, se enchia de vegetação, o que levou a imaginar a existência de marcianos com uma civilização desenvolvida.
Hoje sabemos que poderá ter existido água abundante em Marte e que formas de vida primitiva podem, de facto, ter surgido.

Mitologia

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Grega e Romana


Marte é um planeta conhecido desde a antiguidade e na mitologia helénica representa Ares, o deus da fúria e da guerra, devido à sua coloração avermelhada. O povo romano que herdou muito da sua cultura da Grécia chamou-lhe de Marte, nome por que hoje conhecemos, quer o deus, quer o planeta.
Outras civilizações observavam também Marte no céu nocturno: os egípcios conheciam-no como "Her Deschel" ou "O Vermelho".
Já para os babilónios, Marte era "Nergal" ou "A Estrela da Morte".

História de observação e exploração:

Marte é conhecido desde a antiguidade, e destaca-se no céu pelo seu aspecto avermelhado; devido a isso é conhecido como o "O Planeta Vermelho". Os babilónios já faziam observações cuidadosas do que eles chamavam de Nergal (A Estrela da Morte), mas tudo o que viam tinham propósitos exclusivamente religiosos. Os gregos são os primeiros a fazer observações mais racionais e identificaram Marte como sendo uma das cinco estrelas errantes (planetas) do céu. O astrónomo grego Hiparco (160 - 125 a.C.) verificou que Marte nem sempre se movia de oeste para leste. Ocasionalmente, o planeta invertia o seu caminho no céu para a direcção contrária; para depois voltar a deslocar-se normalmente; esta característica tornava a procura do planeta muito difícil e era contrária à teoria vigente de que a Terra era o centro do universo.
As observações do movimento aparente de Marte feitas por Tycho Brahe (1546 - 1601) permitiram a seu discípulo Johannes Kepler descobrir as leis dos movimentos dos planetas, que deram suporte à teoria heliocêntrica de Copérnico.

Em 1655, Christiaan Huygens faz experimentações com novos óculos e nesse mesmo ano constrói um bom telescópio com uma ampliação de 50x. Em 1659, quando Marte se encontrava em oposição, Huygens decide ver Marte com o seu telescópio e distingue manchas no disco do planeta e no seu esboço faz uma marca em forma de V, o que é hoje identificado como Syrtis Major. Huygens notou que a marca se movia, e assim calculou a rotação do planeta, anotando no seu diário: «A rotação de Marte, como a da Terra, parece ter um período de 24 horas.»
O ano de 1877 foi um ano-chave para os estudos do planeta, já que Marte se encontrava numa oposição muito mais próxima da Terra. E assim, o astrónomo norte-americano Asaph Hall descobre os satélites naturais de Marte: Fobos e Deimos; e o italiano Giovanni Schiaparelli dedicou-se a cartografar cuidadosamente o planeta; com efeito, ainda hoje se usa a nomenclatura criada por ele para os nomes das regiões marcianas: Syrtis Major, Noachis, Solis Lacus, entre outros nomes. Já a nomenclatura das observações de Marte na Madeira em Agosto e Setembro de 1877 por Nathaniel Green não prevaleceram. Essa nomenclatura tinha nomes mais antigos e honrava personalidades da astronomia.
Schiaparelli também acreditou que observava umas linhas finas em Marte, a que baptizou de canali (canais). Em inglês a palavra foi traduzida como canals em vez de channels, o que implicava algo de artificial, o que despertou a mente do aristocrata norte-americano Percival Lowell que se dedicou a especular sobre vida inteligente em Marte. Lowell estava tão entusiasmado que montou o seu próprio observatório. As suas observações convenceram-no que Marte era um planeta que estava a secar, e que existia uma antiga civilização marciana que construiu esses canais para drenar as calotas polares e enviar água para as cidades sedentas.
Essa ideia de uma civilização marciana passou para a imaginação popular. H.G. Wells escreve A Guerra dos Mundos em 1898 em que a Terra seria invadida por marcianos que usavam armas poderosas. Em 1938, Orson Welles fez uma adaptação do conto para a rádio o que causou o pânico generalizado e que levou a que algumas pessoas fugissem e outras afirmarem que sentiam o cheiro do gás venenoso lançado pelos marcianos ou que viam luzes ao longe, da luta dos marcianos para se apoderarem da Terra.
Mais tarde, provou-se que a grande maioria dos canais eram apenas uma ilusão de óptica. Na década de 1950, já quase ninguém acreditava em vida inteligente em Marte, mas muitos estavam convencidos da existência de musgos e líquenes primitivos.
Em plena Guerra Fria, em que as potências da época se envolveram numa corrida espacial, os soviéticos são os primeiros a tentar enviar sondas a Marte para descobrir o que se passava no planeta, mas nenhuma delas teve sucesso. Os norte-americanos foram logo de seguida e o sucesso chegou com a segunda tentativa através da sonda Mariner que, em 1965, orbita Marte e consegue tirar a primeira fotografia próxima do planeta, mas de muito fraca qualidade. Os soviéticos só conseguiram fazer pousar uma sonda em Marte em 1974.
A 20 de Julho de 1976, a sonda norte-americana Viking I pousa em Chryse Planitia, uma planície circular na região equatorial norte de Marte, perto de Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície. A sonda gémea, a Viking II pousa a 3 de Setembro do mesmo ano em Utopia Planitia. Estas duas sondas operaram durante anos, até que as suas baterias falharam. Com esta missão, as ideias de uma civilização marciana e de vida primitiva ao nível de musgos foram postas de lado, mas dúvidas quanto a existência de bactérias continuaram a persistir.
A sonda Mars Pathfinder chega a Marte a 4 de Julho de 1997 e pousa em Chryse Planitia, na região de Ares Vallis, libertando um pequeno veículo robô que explorou e investigou diferentes rochas, verificando a origem vulcânica de uma ou a erosão causada pelo vento ou pela água de outras. Entretanto, a sonda de pouso enviou mais de 16 500 imagens e fez 8,5 milhões de medições à pressão atmosférica, temperatura e velocidade do vento. A 11 de Setembro do mesmo ano, chega a sonda Mars Global Surveyor, e a sua missão consistiu em fotografar o planeta com uma resolução muito maior que as missões anteriores conseguiriam fazer.

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A Agência Espacial Europeia (ESA) entra na corrida enviando a sonda orbital Mars Express ao planeta vermelho. Esta chega a Marte no final de 2003, e lança um robô para explorar a superfície, mas o dispositivo não deu sinais de funcionamento após a chegada ao planeta vermelho. Já a sonda orbital tem sido marcada pelo sucesso, especialmente no que toca às descobertas envolvendo a água. De destacar a descoberta, em meados de 2005, do primeiro lago gelado encontrado no planeta.
Outras missões mais recentes bem sucedidas são as dos robôs de exploração "Spirit" (Espírito) e seu irmão gémeo "Opportunity" (Oportunidade) que exploram Marte desde Janeiro de 2004.
O robô Spirit pousou na grande e intrigante cratera Gusev.
O robô Opportunity pousou em Meridiani Planum, no pólo norte. Apesar de Meridiani Planum ser uma planície, sem campos de rochas, o robô Opportunity rolou para a pequena cratera Eagle com apenas 20 metros de diâmetro. A parede da cratera tinha uma formação rochosa intrigante com rochas colocadas em camadas, que podem ter várias origens desde depósitos de cinza vulcânica a sedimentos causados pelo vento ou água. Depois de pesquisas feitas pelo robô a sedimentos, a NASA chega à conclusão que a Opportunity pousou numa antiga costa de um antigo mar salgado em Marte.
Todas estas missões foram feitas por máquinas e não pelo homem. Várias pessoas já avançaram em defesa das missões tripuladas a Marte como o próximo passo lógico.
Por causa da distância entre Marte e a Terra, a missão traria mais riscos e seria mais cara que as viagens à Lua, apesar de muitos acreditarem serem bem mais proveitosas que o envio de robôs. Seriam necessários mantimentos e combustível para uma viagem de ida e volta de 2 a 3 anos.
Uma proposta chamada «Mars Direct» é tida como o plano mais prático e menos dispendioso para uma missão a Marte com seres humanos.

Agência Espacial Europeia tem como objectivo o envio de uma missão humana a Marte no ano 2030, como parte do seu Programa Aurora. Já os norte-americanos pretendem voltar à Lua em 2015, abrindo caminho para missões a Marte no futuro.
Nos últimos séculos, alguns cientistas acreditavam e acreditam que Marte é um forte candidato para a terraformação e colonização humana.
A criação de uma colónia em Marte faria reduzir os custos da viagem e dificuldades técnicas da exploração humanas no planeta. Para terraformar Marte ter-se-ia que construir a atmosfera e aquecê-la. Uma atmosfera mais grossa de dióxido de carbono e outros gases de efeito-estufa iria aprisionar a radiação solar e ambos os processos construir-se-iam um ao outro.

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Efeito terra formação feito por um artista

As fábricas que na Terra produzem gases nocivos ao planeta, em Marte teriam um efeito de terraformação, caso fossem construídas grandes fábricas. Além disso seriam necessárias plantas e outros organismos geneticamente alterados de forma a diversificar os gases da atmosfera.
Geologia planetária

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A ciência que estuda Marte é a areologia (de Ares,o deus grego da guerra).
Em comparação com o globo terrestre Marte tem 53% do diâmetro, 28% da superfície e 11% da massa; é assim um mundo bem menor que a Terra. Como os oceanos cobrem cerca de 71% da superfície terrestre e Marte carece de mares, as terras de ambos os mundos têm aproximadamente a mesma superfície.
A composição da superfície é fundamentalmente de basalto vulcânico com um alto conteúdo em óxidos de ferro que proporcionam o vermelho característico da superfície. Pela sua natureza, assemelha-se com a limonite, óxido de ferro muito hidratado.
Assim como na crosta da Terra e da Lua predominam os silicatos e os aluminatos, no solo de Marte são preponderantes os ferrosilicatos.
Os seus três principais constituintes são, por ordem de abundância, o oxigénio, o silício e o ferro.
Marte é formado por rocha sólida, embora o núcleo seja constituído por rocha e ferro fundido. Assim deverá ter um grande núcleo de ferro. Marte tem um campo magnético menor que o da lua Ganímedes de Júpiter e é, apenas, 2% do campo magnético da Terra.

Topografia geral

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Por do sol em Marte

A topografia marciana é notável: as planícies do norte, que foram alisadas por torrentes de lava, contrastam com o terreno montanhoso do sul, sulcado por antigas crateras. A superfície marciana vista da Terra é consequentemente dividida em dois tipos de terreno, com albedo diferente.
O Sul de Marte é velho, alto, e escarpado com crateras semelhantes à da Lua, contrasta bastante com o Norte que é jovem, baixo e plano. Vastitas Borealis é a mais vasta planície do Norte e circunda o planalto gelado chamado Planum Boreum e as dunas extensas de Olympia Undae no pólo norte. As planícies dão lugar aos planaltos e às terras extensas da zona do equador e do hemisfério sul. Dos poucos planaltos do norte, destaca-se Syrtis Major que é das marcas mais visíveis a partir da Terra. Lunae Planum a norte do desfiladeiro Valles Marineris e Daedalia Planum a sul dos Montes de Tharsis são os mais extensos planaltos de Marte. São características menores da morfologia da superfície, a presença de pequenas colinas semelhantes a dunas e de uma espécie de canais cavados que têm todo o aspecto de leitos de rios já secos.
Em 1858, Angelo Secchi, um dos primeiros observadores, acreditou que existiam continentes e mares.
As "Terrae" (singular: "Terra") são terrenos variados e extensos e muitas eram chamadas de continentes nos primeiros mapas, e outras até de mares, a maior das quais é Terra Cimmeria no hemisfério Sul. No total, Marte possuiu onze terrae (organizados por longitude): Margaritifer, Xanthe, Tempe, Aonia, Sirenum, Cimmeria, Promethei, Tyrrhena, Sabaea, Noachis e Arabia.
Através das fotografias tiradas de órbita vêem-se muitas crateras, mas não estão uniformemente repartidas pelo planeta; existindo poucas áreas onde há um grande número de crateras colossais (maiores que 300 km em diâmetro), nomeadamente no sul; outras áreas na mesma região possuem algumas pequenas crateras e toda a região norte tem muito poucas crateras. Assim se pôde fazer um mapa da idade das superfície de Marte, dividido em três períodos: Noachiano, Hesperiano e Amazoniano.
Estes nomes são retirados de regiões marcianas identificadas como sendo originadas de uma dessas épocas.


Durante o Período Noachiano, a superfície de Marte estava coberta com crateras de várias dimensões (grandes e pequenas). No período seguinte, a superfície foi coberta por crateras de menor dimensão. Durante o Período Amazoniano parte da superfície (essencialmente o Norte) foi coberta por lava, quer através de vulcões visíveis, quer através de fendas. No entanto, desconhece-se como era a superfície do Norte no final do Período Hesperiano. Os meteoritos que causaram as crateras Hellas, Isidis e Argyre eram tão grandes que era pouco provável que existissem muitas mais destas crateras durante o Período Noachiano.
A diferença entre o ponto mais alto e o ponto mais baixo de Marte é de 31 km (do topo de Olympus Mons a uma altitude de 27 km ao fundo da cratera de Hellas que se encontra a 4 km de profundidade. Em comparação, a diferença entre os pontos mais alto e mais baixo da Terra (o monte Evereste e o Fosso das Marianas) é de apenas 19,7 km.

Os vulcões gigantescos

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O gigantesco Olympus Mons, o maior vulcão do sistema solar.
Os vulcões em Marte são divididos em três tipos: "Montes", "Tholis" e "Paterae". Os "Montes" (singular "mons") são muito grandes, provavelmente basálticos e de leves inclinações. Os "Tholis" (singular "Tholus") ou abóbadas são menores e mais íngremes que os montes, com um aspecto abobadado. Os vulcões "Paterae" (singular "patera") são muito variados; com inclinações muito rasas e caldeiras complexas; muitos têm ainda canais radiais nos flancos.
Olympus Mons (Monte Olimpo) é um vulcão extinto com 25 km de altura, 600 quilómetros de diâmetro na base e uma caldeira de 60 quilómetros de largura. Tem um declive suave. Assim, é a maior montanha do sistema solar e é mais de três vezes maior que o monte Evereste (8848 m - China;Nepal), tem mais de 13 vezes a altura da Serra da Estrela (2000 m - Portugal) e 9 vezes a altura do Pico da Neblina (3000 m - Brasil). O vulcão extinguiu-se há um milhão de anos atrás e encontra-se numa vasta região alta chamada Tharsis que com Elysium Planitia contém vários vulcões gigantescos, que são cerca de 100 vezes maiores que aqueles encontrados na Terra.
Um dos maiores vulcões, Arsia Mons tem os lados ligeiramente inclinados, construídos sucessivamente por fluidos de lava de uma única abertura. Arsia Mons é o vulcão mais a sul em Tharsis e tem cerca de 9 km de altura e a sua caldeira tem 110 km, a maior cadeira entre os vulcões marcianos. A norte deste vulcão, situa-se o vulcão Pavoris Mons (7 km de altura), e a norte desse encontra-se Ascraeus Mons que tem mais de 11 km de altura. Ascraeus, Pavonis e Arsia formam um grupo de vulcões conhecidos como Tharsis Montes que se encontram a sudeste de Olympus Mons.
Conforme os resultados da Mars Express, o vulcão Hecates Tholus terá tido uma grande erupção há cerca de 350 milhões de anos. Este vulcão localiza-se em Elysium Planitia e tem um diâmetro de 183 km; a erupção criou uma caldeira e duas depressões aparentemente cheias de depósitos glaciais, incluindo gelo. Hecates Tholus é o vulcão mais a norte de Elysium; os outros são Elysium Mons e Albor Tholus. O pico da actividade vulcânica em Marte terá sido há cerca de 1500 milhões de anos.
As imagens da Mars Express mostraram também o que parecem ser cones vulcânicos na região do pólo Norte sem nenhuma cratera à volta, o que sugere que tiveram erupção muito recente, o que levou alguns cientistas a acreditar que o planeta poderá ainda ser geologicamente activo. Poderão existir entre 50 a 100 destes cones com 300 a 600 metros de altura cobrindo uma região do pólo Norte com um milhão de quilómetros quadrados; parte da região de Tharsis também tem características semelhantes. Estes aspectos na superfície podem ter sido o resultado de antigas elevações que tenham sofrido erosão pelo vento, mas julga-se que isto é pouco provável devido à inexistência de crateras e aspectos originados pelo vento naquela região.
Alba Patera é uma vulcão único em Marte e no sistema solar, localiza-se a norte de Tharsis, numa região de falhas que surge em Tharsis e se estende para norte. Alba Patera é muito grande com mais de 1600 km de diâmetro, tem uma caldeira central, mas tem uma altura de apenas 3 km, no seu ponto mais alto. Possui canais nos flancos, e a maioria deles têm 100 km de comprimento, alguns chegam a ter 300 km, sugerindo que a lava fluiu por longos períodos de tempo.
No entanto, os vulcões marcianos são pouco numerosos, mas são testemunhas do passado violento e vulcânico daquela zona, mas são largamente maiores que a maior montanha de origem vulcânica na Terra: o Kilimanjaro (5895 m) em África. As áreas vulcânicas ocupam cerca de 10 por cento da superfície do planeta.
Algumas crateras mostram sinais de erupção recente e têm lava petrificada nos cantos.

Os abismos

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Os vulcões encontram-se a leste e oeste do maior sistema de desfiladeiros do sistema solar, Valles Marineris (que significa "Os vales da Mariner", conhecida como Agathadaemon nos antigos mapas de canais), com 4000 km de comprimento e 7 km de profundidade. A extensão de Valles Marineris equivale à extensão da Europa e estende-se por um quinto da superfície do planeta Marte, desde a região de Noctis Labyrinthus a oeste até ao terreno caótico a este. O Grand Canyon nos EUA não passaria de um pequeno arranhão quando comparado com este abismo. Valles Marineris formou-se pelo colapso do terreno causado pelo inchamento da área vulcânica de Tharsis, no outro lado do planeta.
Ma'adim Vallis (Ma'adim significa Marte em Hebreu) é um grande desfiladeiro com cerca de 700 km e, também, claramente maior que o Grand Canyon. Tem 20 km de largura e 2 km de profundidade em alguns locais. Pensa-se que Ma'adim Vallis terá sido inundado por água líquida no passado.

Crateras

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O robô Opportunitty fotografa pequeníssimas crateras (cerca de 30,5 cm de diâmetro e 1 cm de profundidade) em Meridiani Planum.
No hemisfério Sul existe um velho planalto de lava basáltica semelhantes aos «mares» da Lua, e coberta por crateras do tipo lunar.
No entanto, a paisagem marciana difere da nossa lua, devido à existência de uma atmosfera.
Em particular, o vento carregado de poeira foi produzindo um efeito de erosão ao longo do tempo, e que arrasou muitas crateras, apesar de ainda conter um número considerável.
Assim, por conseguinte, existem muito menos crateras que na Lua, apesar de se situar mais perto da cintura de asteróides.
A maior parte das crateras que resistiram estão mais ou menos devastadas pela erosão.
Muitas das crateras mais recentes têm uma morfologia que sugere que a superfície estava húmida quando ocorreu o impacto.
Grande parte destas crateras localizam-se no hemisfério sul.
A maior é Hellas Planitia nesse hemisfério, tem 6km de profundidade e 2000 km de diâmetro e está coberta por areia alaranjada e é tratada como uma planície tal como outras enormes crateras antigas e planas.
Algumas crateras menores têm nomes de cidades e vilas da Terra, como por exemplo: a crateras Aveiro e Lisboa com nomes de cidades portuguesas, a cratera Mafra, Caxias e Viana com nomes de cidades brasileiras, e as crateras Longa e Santaca em honra de localidades em Angola e Moçambique respectivamente.
Em Marte, as crateras de maior dimensão são dedicadas a personalidades, assim a cratera Schiaparelli é a maior cratera (se desconceituarmos as crateras grandes e antigas) com 471 km de diâmetro. No hemisfério sul, a cratera Magalhães é uma cratera de dimensão considerável com 105 km de diâmetro e dedicada ao navegador português Fernão de Magalhães.

A atmosfera marciana é uma atmosfera rarefeita de dióxido de carbono, mas no passado teria sido abundante. Apesar disto, Marte apresenta muitas particularidades curiosas, como neve carbônica, calotas polares de gelo seco, tempestades de poeira e redemoinhos.
Ao contrário do céu azul da Terra, Marte tem um céu amarelo-acastanhado, excepto durante o nascer e o pôr-do-sol, quando adquire uma tonalidade rosa e vermelha. Se a atmosfera fosse limpa de poeira, o céu de Marte seria tão azul como o da Terra. Em alturas em que há menos poeira, a cor do céu é então mais próxima do azul da Terra.
Em Marte, as auroras são diferentes das observadas no resto do sistema solar. Ao contrário do que sucede na Terra, não ocorrem nos pólos como na Terra, devido à inexistência em Marte de um campo magnético global. Assim, as auroras acontecem onde existem anomalias magnéticas na crosta marciana, que são restos dos dias nos quais Marte tinha um campo magnético.

Composição

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Remoinho na superficie de Marte

A pressão atmosférica na superfície é de cerca 750 pascais, cerca de 0,75 por cento da média da Terra. Contudo, a pressão atmosférica varia ao longo do ano devido à dissipação durante o Verão do dióxido de carbono congelado nos pólos, tornando a atmosfera mais densa. Além disso, a atmosfera tem 11 km de altura, maior que os 6 km da Terra. A atmosfera marciana é composta por 95 por cento dióxido de carbono 3 por cento N2, 1,6 por cento Árgon, e possui vestígios de oxigénio e vapor de água.
Em 2003, descobriu-se metano na atmosfera, com uma concentração de cerca 11±4 ppb por volume.
A presença do metano em Marte é muito intrigante, já que é um gás instável e indica que existe (ou existiu nos últimos cem anos) uma fonte do gás no planeta. A actividade vulcânica, o impacto de cometas e a existência de vida sob a forma de microrganismos estão entre as possíveis causas ainda não comprovadas.
O metano aparece em certos pontos da atmosfera, o que sugere que é rapidamente quebrado, logo poderá estar a ser constantemente libertado para a atmosfera, antes que se distribua uniformemente pela atmosfera. Foram feitos planos recentemente para procurar gases "companheiros" que podem sugerir as fontes mais prováveis; a produção biológica de metano na Terra tende a ser acompanhada por etano, enquanto a produção vulcânica tende a ser acompanhada por dióxido de enxofre.
O dia e as estações do ano
Marte tem estações do ano, mas estas duram o dobro das estações na Terra; o ano marciano é também o dobro do terrestre (cerca de 1 ano e 11 meses terrestres). Já a duração do dia em Marte (sol) é pouco diferente do da Terra: 24 horas, 39 minutos e 35 segundos .
A fina atmosfera não consegue segurar o calor e é a causa das baixas temperaturas em Marte, sendo 20 graus positivos a temperatura mais alta que atinge. Contudo, não existem dados suficientes que permitam conhecer a evolução ao longo do ano marciano nas diferentes latitudes e, muito menos, as particularidades regionais. Além de se encontrar mais afastado do Sol que a Terra e da sua atmosfera ser ténue, há a notar a baixa condutividade térmica do solo marciano e uma diferença mais pronunciada que a Terra no que toca à variação das temperaturas diurna e nocturna.
A temperatura à superfície depende da latitude e apresenta variações entre as diferentes estações do ano. A temperatura média à superfície é de cerca de -55 °C. A variação da temperatura durante o dia é muito elevada já que se trata de uma atmosfera bastante ténue.
No Verão em Marte, a temperatura média atinge os -36 graus antes do nascer do dia. Pela tarde, atinge os -31 graus, por vezes a média pode chegar aos -45 graus e são raras as temperaturas superiores a zero graus, mas que podem alcançar os 20 °C ou mais no equador. No entanto, a temperatura mínima pode descer até aos 80 graus negativos. No Inverno, as temperaturas descem até aos -130 graus nos pólos e chega mesmo a nevar. Mas trata-se de neve carbónica, já que o carbono é o principal constituinte da atmosfera. A temperatura mais baixa registada em Marte foi de -187 graus e a mais alta, em pleno Verão e quando o planeta se encontrava mais próximo do Sol, foi de 27 °C.

As calotas polares

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Marte com as suas calotas polares, semelhantes às da Terra, mas constituídas essencialmente por gelo seco, havendo pouco gelo de água.
Os pólos estão cobertos por calotas polares formadas por gelo seco (dióxido de carbono congelado) e gelo de água. Estas calotas tornam-se menores na Primavera e chegam a desaparecer durante o Verão, devido ao aumento da temperatura. As calotas polares mostram uma estrutura estratificada com capas alternantes de gelo e diferentes quantidades de poeira escura. Não se tem a certeza sobre o que causa a estratificação, mas pode ser devido a mudanças climática relacionadas com variações a longo prazo da inclinação do equador marciano em relação ao plano da órbita. As diferentes estações do ano nas calotas produzem mudanças alterações na pressão atmosférica global que se calcula em cerca de 25%.
O vapor de água move-se de um pólo para o outro com a mudança climática entre o Verão e o Inverno, ajudando não só na criação de calotas semelhantes à da Terra, mas também nuvens de cirrus compostas por gelo (de água) e que foram fotografados pelo rover Opportunity em 2004
.
Quando chega o inverno e com a chegada de temperaturas inferiores a -120 °C, o depósito de gelo é coberto por um manto de neve carbónica que se produz com a congelação da atmosfera de dióxido de carbono.
No Verão austral, o dióxido de carbono congelado evapora por completo, deixando uma capa residual de gelo de água. Em cem anos de observação, a calota polar austral já desapareceu duas vezes por completo, enquanto a do Norte nunca desapareceu por completo. Mesmo que o clima do hemisfério Sul seja mais rigoroso, a Primavera e o Verão do hemisfério Sul ocorrem quando o planeta está no perélio, assim as temperaturas máximas acontecem no hemisfério sul, o que leva a que a calota sofra bastante. O Inverno no sul é também mais frio, devido ao planeta encontrar-se no afélio.
A Mars Global Surveyor determinou em 1998 que a massa total de gelo da calota polar norte equivale a metade do gelo que existe na Groenlândia. O gelo do pólo Norte assenta-se sobre uma grande depressão de terreno, estando coberto por gelo seco. A calota gelada parece elevar-se abruptamente desde o terreno adjacente, emparedado e acabando por ser uma grande meseta de gelo. Nos cantos da calota, O gelo apresenta bandas claras e escuras que podem indicar processos de sedimentação.

Tempestades de areia
Apesar da atmosfera ténue, formam-se manchas de nuvens e nevoeiro e ventos intensos varrem poeiras, tornando o céu rosado. Essa poeira residual na atmosfera tornava grandes partes escuras, que se pensava serem vegetação e intrigou os astrónomos durante mais de um século. Ocasionalmente e de forma repentina, todo o planeta é submergido por uma tempestade maciça de poeira que pode persistir durante semanas ou até meses. Estas tempestades são mais frequentes durante o perélio da órbita do planeta e no hemisfério sul, quando ali é final da Primavera, estas tempestades são causadas por ventos na ordem dos 150 km/h. As tempestades têm origem na diferença de energia que o planeta recebe do Sol no afélio e no perélio. Quando Marte se encontra perto do perélio da sua órbita, a temperatura eleva-se no hemisfério Sul no final da Primavera e porque se encontra mais perto do Sol, o solo perde humidade.

Em certas regiões, especialmente entre Noachis e Hellas, desencadeia-se uma tempestade local violenta que arranca do solo seco imponentes massas de poeira. Esta poeira, por ser muito fina, eleva-se a grandes altitudes e, em semanas, cobre o solo todo do hemisfério, ou até mesmo a totalidade do planeta.
A poeira em suspensão na atmosfera causa uma neblina amarela que escurece os aspectos mais marcantes do planeta. Ao tapar o sol, as temperaturas máximas diminuem, mas como é criada uma manta que impede a dissipação do calor, as temperaturas mínimas aumentam. Em consequência, a oscilação térmica diurna diminui de forma drástica. Assim acontece em 1971, as tempestades impossibilitaram durante um certo tempo as observações que deveriam efectuar as duas sondas norte-americanas Mariner e as duas sondas soviéticas Mars que tinham acabado de chegar a Marte.
Redemoinhos de poeira foram primeiramente fotografados pelas sondas Viking na década de 70 do século XX. Em 1997, a Pathfinder detectou um redemoinho.
Estes redemoinhos podem ser até cinquenta vezes mais largo e até dez vezes mais altos que os terrestres. O veículo robô Spirit fotografou várias imagens a partir do chão de redemoinhos de poeira.

Hidrografia


O ciclo da água em Marte é diferente do da Terra devido à pressão atomosférica ser tão baixa: a água encontra-se no solo, em forma de gelo, à temperatura de -80 °C, mas quando a temperatura se eleva, o gelo converte-se em vapor sem passar ao estado líquido.
Marte à primeira vista parece um imenso deserto, e que sempre foi assim. No entanto, imagens de sondas que observaram o planeta detectaram vários leitos de rios secos. Mais recentemente descobriu-se um lago gelado à superfície e sugeriu-se a existência de gelo subterrâneo, em que em, pelo menos um local, a existência de um mar de gelo. Com a confirmação da existência de água congelada no subsolo do planeta, alguns supõem que esta água possa sustentar micróbios marcianos.
Antigos canais e lagos
Existem dois tipos de canais (não confundir com os canais de Schiaparelli) em Marte os que são produzidos correntes e os que são originados por água que emerge debaixo da superfície. Estes canais antigos ainda são vísiveis nas imagens obitdas pelas sondas que exploraram o planeta.
Os canais produzidos por correntes são pequenos com menos de 20 km de comprimento, e encontram-se nas terras altas e nas beiras das crateras. Pensa-se que terão sido formadas quando água subterrânea ocasionalmente chegava à superfície.
Os canais de correntes estão associados com cheias catastróficas numa escala maior, bem maiores que as cheias já registradas na história geológica da Terra. Estas cheias podem ter sido originadas a partir de gelo derretido.
Antigos canais de rios desaguavam em Valles Marineris, indicando que este imenso desfiladeiro esteve outrora inundado, causando a sedimentação em camadas que se encontra no interior do desfiladeiro. Nesta região e em outras regiões como na cratera Schiaparelli (de 450 km de diâmetro), a presença de canais que desaguavam dentro das crateras leva a se supor que se formavam pequenos lagos de água dentro destas.

Ma'adim Vallis é um outro grande desfiladeiro e pensa-se que terá sido esculpido por água líquida no passado com pequenos canais ao longo das paredes do desfiladeiro. Nestes canais, a água subterrânea se dissolvia parcialmente e levava a que a rocha caísse em depósitos e fosse levada por outros processos de erosão.
Ma'adim localiza-se numa região baixa no sul e que se pensa que, no passado, contivesse um grande número de lagos a norte da cratera Gusev perto do equador.
O Ares Vallis, um dos maiores canais de escoamento de Marte, atravessa a região em direcção a Xanthe Terra, a noroeste; onde se localizam os grandes canais Tiu, Simud e Shalbatana, regiões das quais fotos a partir do espaço revelaram "ilhas" em forma de lemniscata e planícies aluviais que sugerem as grandes inundações que tiveram lugar em Marte. Estes aspectos têm origem na parte oeste de Margaritifer Sinus, numa região acidentada e desordenada conhecida como «Terreno Caótico». A inundação que aqui teve lugar ocorreu em escala titânica, muito maior que qualquer uma verificada na Terra.
A cratera Gusev que tem cerca de 170 km de diâmetro, e foi formada há cerca de 3 a 4 mil milhões de anos, parece ter sido um antigo lago, já que se encontra coberto por sedimentos até quase um quilómetro de profundidade. Certas formações do terreno na boca de Ma'adim Vallis, na entrada da cratera Gusev, assemelham-se aos deltas de rios terrestres. Estas formações na Terra levam centenas de milhares de anos a serem formadas, sugerindo que a água corria em Marte por longos períodos de tempo. Imagens tiradas da órbita indicam que terá existido um lago de dimensões bastante significativas perto da fonte de Ma'adim Vallis que seria a origem dessa água. Não se sabe se a água corria lenta e continuamente, com grandes enchentes esporádicas, ou se seria uma combinação destes padrões.

Os mares perdidos
Entre as descobertas pelo rover Opportunity está a presença de hematita em Marte na forma de pequenas esferas em Meridiani Planum. As esferas têm apenas alguns milímetros de diâmetro e acredita-se terem sido formadas como depósitos rochosos sob água há milhares de milhões de anos. Outros minerais encontrados continham formas de enxofre, ferro e bromo tais como jarosita. Esta e outras evidências levaram a que cientistas concluissem que "a água líquida foi outrora presente de forma intermitente na superfície marciana em Meridiani, e por vezes saturava a sub-superfície. Porque a água líquida é um pré-requisito chave para a vida, Meridiani pode ter sido habitável por algum período de tempo na História marciana". No lado oposto do planeta, o mineral goethita forma-se somente em presença de água, ao contrário da hematite. Outras evidências de água, foram encontradas pelo rover Spirit nas "Colinas Columbia".

Possível escoamento de água do solo de Marte.
A NASA avançou com uma hipotética história da água em Marte; onde demonstrou que a água poderá ter sido abundante em Marte até há cerca de 3 bilhões e 800 milhões de anos, antes de ter começado a desaparecer. Há 2 bilhões de anos já só restava um pequeno mar perto do pólo Norte até desaparecer, quase por completo, 1 bilhão de anos depois.
O planeta teria cursos abundantes de água, e uma atmosfera muito mais densa que proporcionava temperaturas mais elevadas, permitindo a existência de água líquida. Presume-se que Marte tenha perdido muita da sua atmosfera devido ao vento solar que penetra pela ionosfera e de forma muito profunda na atmosfera marciana até uma altitude de 270 km. Ao perder a maior parte dessa atmosfera para o espaço, a pressão diminuiu e as temperaturas baixaram, a água desapareceu da superfície. Alguma subsiste na atmosfera, como vapor de água, mas em pequenas porpoções (0,01%), assim como nas calotas polares, formando grandes massas de gelos perpétuos.

O lago gelado
A 29 de Julho de 2005, é anunciada a existência de um lago de gelo em Marte. Fotografias ao lago foram tiradas pela Mars Express da Agência Espacial Europeia, uma sonda que tem explorado o planeta.
O disco de gelo está localizado em Vastitas Borealis, uma planície vasta que cobre as latitudes mais a norte de Marte. O gelo que é bem visível está deitado sobre uma cratera que tem 35 km de diâmetro, com uma profundidade máxima de cerca de 2 km.
Os cientistas que estudaram as imagens dizem ter a certeza que não é gelo seco (dióxido de carbono gelado), isto porque o gelo seco já tinha desaparecido da capa polar do Norte na altura em que a imagem foi tirada. O que pode ser mais um ponto a defender que terá existido vida em Marte, ou que ainda possa existir e que também é um forte incentivo a que sejam enviadas missões tripuladas por seres humanos.

O mar oculto
Os europeus também descobriram que um imenso mar gelado pode estar abaixo da superfície de Marte na região sul de Elysium, perto do equador, compreendendo uma área chapeada e coberta por sedimentos de 800 por 900 km. Estes sedimentos cobrem o gelo, preservando-o no sítio. A água que terá formado este mar em Elysium, parece ter tido origem de baixo da superfície do planeta, emergindo numa série de fracturas conhecidas como Cerberus Fossae.

Vida em Marte

Imagens microscópicas revelaram estruturas semelhantes a bactérias no meteorito ALH84001.
Marte tem um lugar especial na imaginação popular devido à crença de que o planeta é ou foi habitado no passado. Esta ideia surgiu devido a observações realizadas no fim do século XIX por Percival Lowell. Percival Lowell observava canais e áreas que mudavam de tonalidade com as estações do ano e imaginou Marte habitado por uma civilização antiga que lutava para não morrer de sede. De facto, o que Lowell observou ou não existia ou eram leitos secos ou mudanças naturais na coloração do planeta devido a tempestades de areia.
Existem evidências que o planeta terá sido significativamente mais habitável no passado que nos dias de hoje, mas a existência de que tenha albergado vida permanece em debate. O meteorito ALH84001 que é um meteorito de origem marciana, crê-se que terá sido projectado quando Marte foi atingido por um meteorito, microorganismos marcianos ter-se-ão agarrado e vagueou durante 5 milhões de anos pelo cosmos até cair na Antártida, na Terra, onde foi descoberto. Em 1996, pesquisadores estudaram o meteorito ALH84001 e reportaram características que atribuíram a micro-fósseis deixados pela vida em Marte. O meteorito tido como a prova para alguns cientistas que Marte tinha actividade biológica no passado já que contém o que parecem ser fósseis de microrganismos. Em 2005, esta interpretação permanece controversa sem que um consenso tenha sido atingido.
As sondas Viking continham dispositivos capazes de detectar microrganismos no solo marciano, e tiveram alguns resultados positivos, mais tarde negados por vários cientistas, resultando numa controvérsia que permanece. Contudo, a actividade biológica no presente é uma das explicações que têm sido sugeridas para a presença de vestígios de metano na atmosfera marciana, mas outras explicações que não envolvem necessariamente seres vivos são consideradas mais prováveis. Mesmo que as sondas Viking não tenham encontrado provas conclusivas não significa que não exista vida em Marte. A vida pode estar escondida na superfície ou no subsolo.
O clima seco e frio de Marte torna o planeta inóspito à Vida. Mas talvez não totalmente. Uma história impressionante durante as missões Apollo à Lua forneceram evidências de que a vida pode mesmo resistir a condições ainda adversas. Os astronautas descobriram que bactérias da Terra que tinham viajado para a Lua na sonda Survior X dois anos e meio antes tinham resistido num ambiente mais hostil que o encontrado em Marte.
A descoberta de vida, ou simplesmente de fósseis de uma vida desaparecida no planeta seria um dos maiores acontecimentos de todos os tempos. A exploração de Marte pelo Homem deverá acontecer perto do ano 2020, levados por uma viagem de 3 a 9 meses. Caso a colonização espacial venha a acontecer, Marte é a escolha ideal pelas suas condições mais próximas à Terra que outros planetas e deverá ser um destino ideal para o aventureiro do futuro devido aos seus enormes vulcões, desfiladeiros imensos e mistérios por resolver.

Canais

Marte tem um lugar importante na imaginação humana devido à crença de que vida existiu em Marte. Este mito originou-se com as observações feitas por Giovanni Schiaparelli com a oposição de Marte em 1877. Enquanto mapeava a superfície de Marte, Schiaparelli encontrou umas características semelhantes a estreitos a que chamou de canali, que significa canais em Italiano. Pensou que os canais que observara eram naturais, tanto que usava a palavra fiume (rio em italiano) como sinónimo.
Em 1879, Schiaparelli, nota que os canais aparecem mais finos e regulares e verificou que Syrtis Major invadiu parte da vizinha Lybia. O que confirmaria a ideia da existência de mares, uma teoria que suportava.
Schiaparelli desenhou mapas cada vez mais elaborados em que os canais se tornaram cada vez mais proeminentes. Um dos canais, o Nilus entre Lunae Lacus e Ceraunius aparecia como um par de canais exactamente paralelos, o que chocou o italiano. E, logo verifica ainda mais canais geminados.
Outros observadores confirmaram a existência dos canais, enquanto outros astrónomos não conseguiam vê-los, tornando-se cépticos. E, outros ainda confirmaram a existência de inundações. No final do século XIX, já estavam recenseados 400 canais que percorriam todo o planeta.


Os canais aparentavam serem linhas artificiais na superfície, e devido às mudanças sazonais no brilho de algumas áreas pensava-se que eram causados pelo crescimento de vegetação. O astrónomo Camille Flammarion e o aristocrata Percival Lowell especulam sobre vida em Marte. Lowell imaginava uma civilização marciana que procurava distribuir a água dos locais onde ainda existia para as cidades marcianas. As suas ideias causaram grande sensação entre o público, originando muitas histórias com marcianos.
As ideias de canais são hoje tidas como, essencialmente, ilusões de óptica, ou em certos casos, antigos leitos de rios secos ou ainda como marcas provocadas pela ocorrência de um fenômeno meteorológico chamado dust devil. As mudanças de cor foram atribuídas as tempestades de areia, muito comuns em Marte.

A face e as pirâmides

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A Face em Marte é uma grande característica da superfície do planeta Marte localizada na região de Cydonia, 10 graus a norte do equador marciano. Mede aproximadamente 3 km de comprimento e 1,5 km de largura. Foi fotografada a 25 de Julho de 1976 pela sonda Viking 1 que orbitava o planeta na altura.
A maioria das interpretações da fotografia sugeria que seria uma formação natural, uma das muitas "mesas" da região de Cydonia. Nesta visão, a aparência da face tem origem numa combinação do ângulo de luz (com o Sol baixo no horizonte marciano na altura em que a fotografia foi tirada), a baixa resolução da fotografia que suavizou as irregularidades da superfície e a tendência do cérebro humano em reconhecer padrões familiares, especialmente caras (pareidolia). Finalmente, um buraco nos dados enviados pela Viking 1 criaram um ponto negro no local exacto onde se localizaria uma narina na face humana, muitos outros destes pontos negros são visíveis na imagem.
Outra interpretação da foto é que representaria um monumento artificial criado por antigos marcianos ou outros extraterrestres visitantes do sistema solar num passado muito antigo. O livro "Message of Cydonia" (Mensagem de Cydonia) de Richard Hoagland vai mais longe e interpreta o local como sendo uma cidade arruinada com pirâmides construídas artificialmente. Uma destas pirâmides perto da face é trilateral, lisa e com uma cratera perto da base que a maioria dos cientistas crêem que são de origem natural e produzidas por milhões de anos de erosão causada pelas tempestades de areia. O local seria uma cidade e um forte em ruínas, e que a Face estava alinhada apontando para o local em que o Sol se levantava há meio milhão de anos atrás, época em que se acreditava que a Face tinha sido construída.
A interpretação cientifica ganhou fôlego com as imagens da Mars Global Surveyor em 1998 e a Mars Odyssey em 2002, que mostraram a região com uma luminosidade diferente e com uma melhor resolução e o aspecto de face quase que desaparece, o que levou a que os que suportam teorias da conspiração afirmassem que as imagens foram propositadamente alteradas.
Em 21 de Setembro de 2006 a Agência Espacial Europeia publicou novas fotografias da região de Cydonia tiradas pela Mars Express. As novas imagens têm uma resolução de menos de 14 m/pixel.

O mistério de Hellas

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Em 1969, as fotos obtidas pela Mariner revelaram algo de diferente no sul de Marte, em Hellas, região marciana circular de aproximadamente 2,5 milhões de quilómetros quadrados. Ao contrário de todas as outras regiões anteriormente fotografadas, Hellas apresentava-se desprovida de crateras.
Noachis está crivada de crateras em número normal; a seguir a Noachis situa-se Hellespontus, no interior de Hellas e não apresenta qualquer cratera. Sabendo-se que toda a superfície marciana foi fortemente bombardeada por meteoritos, a ausência de crateras nesta área resultaria de uma força niveladora, força essa que poderia estar relacionada com uma invulgar concentração de calor e humidade, condições propícias à evolução da vida.
Outro dado curioso caracteriza a região de Hellas, as mudanças de cor conforme as estações, escurecendo na Primavera e tornando-se de novo mais clara no Outono. Isto levou a que se sugerisse que, durante a Primavera, na região havia um surto periódico de vegetação.
Uma imagem tirada no ano 2000 procurava desvendar o antigo mistério. A imagem mostrava evidências de água submersa (que emerge à superfície), tempestades de areia e congelação que indicam uma mudança sazonal. Desconhece-se que materiais terão produzido o brilho uniforme no terreno de Hellas.

Luas

Visto de Marte, Fobos ao atravessar o Sol apenas causa um eclipse parcial. Imagem tirada pelo rover Opportunity em Marte, a 10 de Março de 2004.
Marte tem dois pequenos satélites naturais: Fobos e Deimos, ambos deformados, possivelmente asteróides carbonácios capturados pelo planeta. Foram descobertos por Asaph Hall em Agosto de 1877, com o impulso da sua esposa. Os nomes provêm de dois filhos do deus Ares (Marte na mitologia romana): Fobos (Φόβος, medo em grego) e Deimos (Δείμος, do grego pânico e terror).
Ambos os satélites estão ligados pela força gravítica apontando sempre a mesma face. Já que Fobos é mais veloz a orbitar Marte que o próprio planeta a girar, a força da gravidade irá diminuir o seu raio orbital, que já é o mais curto conhecido no sistema solar, o que poderá levar à fragmentação de Fobos.
Vistos de Marte, Fobos tem um diâmetro ângular de 12', enquanto que Deimos tem um diâmetro ângular de 2'. O Sol, por contraste, tem cerca de 21'. Nas noites marcianas, Fobos não mostraria nenhuma eficácia na iluminação, apareceria apenas tão brilhante como Vénus se mostra à Terra, devido à superfície bastante escura do pequeno satélite. Mas num dia normal em Marte, ver-se-ia Fobos a passear pelo céu três vezes por dia, surgindo a Oeste e pondo-se a Leste.
Já Marte visto a partir de Fobos constituiria uma imagem impressionante, Marte sustenderia um ângulo de 43° e preencheria quase metade do céu desde o horizonte ao zénite.

Satélites Naturais de Marte

Nome Fobos

Período orbital 7,66 h
Raio orbital médio (km)9378
Diâmetro(km)22,2 (27 ×21,6×18,8)
Massa(kg)1,08×1016
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Nome
Deimos
Periodo Órbital 30,35 h
Raio Orbital médio (km)23 400
Diamêtro (km)12,6 (10 ×12×16)
Massa 2×1015
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Penedo de Durão


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Para se chegar a este miradouro o caminho mais aconselhável é sair de Freixo de Espada à Cinta seguindo a E.N. nº 325 em direcção a Ligares até encontrar a bifurcação da estrada que segue para Poiares. Subindo a estrada da serra, no alto de Poiares, junto do Cruzeiro encontra-se o cruzamento para uma via secundária devidamente assinalada, que nos levará ao longo do dorso deste poderoso monte, passando pelo marco geodésico (750m) e um pouco mais adiante está situado o prodigioso pico escarpado e quase inverosímil do Penedo Durão.
É o mais antigo miradouro do concelho, rico de admiráveis pontos de visão panorâmica ao longo do rio Douro até alturas de Lagoaça, tornando-se uma visita praticamente imperativa.
A escarpa cai quase a prumo sobre o Douro, justamente sobre o ponto onde termina a navegabilidade do rio, o chamado “Saltinho”, no qual está situada a barragem hidroeléctrica de Saucelle que do Penedo Durão se vislumbra tão bem como se o observador estivesse suspenso num teleférico.
Deste local colhe-se uma magnifica vista que abrange a indefinida amplidão planáltica de Salamanca e Zamora, assim como os recortes rochosos que se prolongam até Barca de Alva, constituindo um propício abrigo de vastas plantações de oliveiras, amendoeiras, pomares e vinhas. Em baixo, na base da profunda escarpa serpenteia a E.N. 221 que liga Freixo de Espada à Cinta a Barca de Alva.
Em volta dos ciclópicos fraguedos gravitam no seu voo planado com majestosa serenidade as Águias e Grifos, que aqui fazem os seus inacessíveis esconderijos de repouso e procriação.

Só tenho acrescentar que ao vivo este miradouro é BRUTAL , de ficar de queixo caído.




Património Geológico; Freixo de Espada à Cinta; rio Douro

Roteiro Geológico no Parque Natural do Douro Internacional

Escrito por: Jorge Miguel Guilherme

O Parque natural do Douro Internacional localiza-se no Norte de Portugal, na região de Trás-os-Montes, bastante marcado pelo rio Douro, possuindo características únicas em termos geológicos e climáticos, condicionando as comunidades florística e faunística, nomeadamente a avifauna, e as próprias actividades humanas.
A classificação desta área como Parque Natural (Decreto-Lei nº8/98, de 11 de Maio) visou a adopção de medidas tendentes a valorizar as características mais relevantes do ponto de vista natural, paisagístico, sócio-económico e cultural.
Este parque tem sido alvo de vários trabalhos realizados por instituições nacionais e espanholas, nomeadamente, Universidade do Minho, UTAD, INETI, Universidade de Salamanca contando com o apoio da FCT, do ICN, do CRUP. A inventariação dos Locais de Interesse Geológico, tem sido feita de forma sistemática, tendo como base a cartografia geológica regional. Na inventariação feita foram considerados vários grupos: miradouros, áreas de interesse geológico especifico, afloramento e locais de exploração/utilização de materiais geológicos.
Para a realização deste trabalho após estudo e visita ao local seleccionaram-se os locais de grande interesse didáctico, organizando-se um percurso geológico, de modo a conhecer a história e a geologia desta região.
Neste percurso focamos entre outros, os seguintes locais: passeio do Rio Douro; Miradouro do Carrascalinho; dobra da ribeira do Mogo; erosão regressiva da ribeira do Mogo; Cavalo de Mazouco; e o Câmbrico e Ordovícico do Penedo, com observação de águias e abutres do Egipto; Caos de Blocos, Cristas quartzíticas; Durão, vista sobre a mina de La Fregeneda, terraços fluviais do Rio Douro. A biodiversidade neste percurso é também exuberante e extraordinária, tal como toda a sua história e património cultural.
O Rio Douro, segundo maior da Península Ibérica, nasce nas altas montanhas de Soria, Espanha, e desagua na cidade do Porto, Portugal. A jusante de Zamora, o seu vale assume um encaixe impressionante, estendendo as suas encostas de granito e xisto por mais de 120 km. Nesta zona fronteiriça, o rio é designado por Arribas do Douro, devido ao seu enclave orográfico; é o habitat de inúmeras aves ameaçadas e é composto também por cinco enormes barragens.
O seu acentuado declive deve-se principalmente à erosão da água, que ao longo de milénios moldou esta forma, permitindo o albergue de uma flora única, constituída por lodões (árvores que normalmente se encontram nas avenidas das cidades).
Ao nível da fauna, esta zona do rio Douro conta com 35 mamíferos, 170 aves, 20 répteis, 11 anfíbios e 14 peixes.
O Miradouro do Carrascalinho localiza-se na zona Lagoaça, no concelho de Freixo de Espada à Cinta. Este miradouro mostra a paisagem do Douro Internacional, o Canhão fluvial do Douro, uma paisagem muito diferente e sem qualquer actividade humana, onde as florestas de lodões constituem uma das maiores da Europa.
Observar-se a povoação espanhola da Mieza, alguns olivais e laranjais e construções graníticas, as “carriças” (destinadas a guardar os rebanhos).
Para além disso, é também possível observar com nitidez abutres do Egipto, grifos (G. fulvus) e outras aves de rapina.
A Ribeira do Mosteiro é um curso de água que desagua no Douro, que é caracterizada principalmente pelos grandes penedos quartzíticos.
Estes penedos quartzíticos são caracterizados pelas imensas dobras de eixos sub – horizontais com direcção geral E-W. Estas dobras são observáveis a várias escalas, sendo que algumas delas atingem dezenas de metros.
Estas dobras são provocadas pela instabilidade da bacia onde estão inseridas, cuja formação data da actividade tectónica Ante – Ordovícica.
Para além das dobras é possível observar erosão regressiva.
Também nesta ribeira se observa varias espécies de peixes, lontras e nas suas margens melros, águias de Bonelli, grifos (G. fulvus) e outras aves.
O vale da ribeira do Mosteiro constitui um dos melhores locais nacionais em termos geológicos, paisagísticos e ecológicos.

O Cavalo do Mazouco trata-se de uma figura de arte rupestre do Paleolítico Superior, a primeira encontrada em Portugal.
A figura localiza-se numa plataforma xistosa, a descair suavemente para a ribeira da Albagueira, com orientação sudoeste-nordeste.




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Originalmente, a estrutura compreendia quatro figuras, mas só esta se preservou, constituindo um cavalo, com cerca de 62 cm de comprimento e 37,5 cm de altura, obedecendo aos critérios de representação de arte rupestre glaciar, com pescoço curvo e pronunciado e focinho simplificado. Também nesta zona é possível observar, na outra margem, um fundo quartzítico, correspondente ao Penedo Durão.

O Penedo Durão, bastante alto e de declive acentuado, localiza-se na margem direita do rio Douro, entre Poiares e Freixo de Espada à Cinta, nas escarpas da Serra do Candedo.
É constituído essencialmente por granito que corresponde aos períodos Câmbrico e Ordovícico.
A constante erosão diferencial do rio Douro e também da ribeira do Mosteiro e das movimentações tectónicas originaram um extenso sinclinal que corresponde ao penedo.
Do topo do Penedo Durão avista-se o planalto castelhano, a enorme estrutura da Serra da Estrela, a barragem espanhola Saucelle e a foz do rio Huebra.
Quanto à flora, o penedo é constituído por estevas e lodões.
Quanto à fauna, é possível avistar abutres do Egipto, grifos (G. fulvus), cegonhas negras, águias de Bonelli, bem como repteis, insectos e mamíferos.





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Os Caos de Blocos são caracterizados pela aglomeração de blocos de rocha que dão à paisagem um aspecto caótico ou desorganizado.
Este tipo de estrutura ocorre em rochas graníticas, onde as condições de modelação se exercem de forma natural.
É uma estrutura comum nesta região devido à elevada meteorização física e/ou erosão.
As Cristas Quartzíticas são rupturas no declive que formam zonas verticais, resistentes à erosão. Neste caso, as cristas são quartzíticas, uma vez que a ruptura ocorre em rochas de quartzito Ordovícico, com rochas Câmbricas de xisto.
Assim, a parte superior dos relevos é marcada pelas cristas quartzíticas, contendo fósseis de formas de vida marinha, e, a parte inferior dos relevos é marcada pelos xistos Câmbricos, contendo as primeiras formas de vida de esqueleto rígido.
Este percurso para além de proporcionar aos participantes uma visita de rara beleza, permite uma experiência enriquecedora relacionando diferentes aspectos geológicos e geomorfológicos do vale, com a biodiversidade – aves de rapina e fauna aquática e a maior mancha florestal de lodão (Celtis australis) da Europa.
Nas encostas que ladeiam o trajecto predominam as espécies vegetais típicas da Terra Quente, como laranjeiras, amendoeiras, vinhas ou oliveiras.

Bibliografia:
REBANDA, Nelson, “Pelos Caminhos do Douro/ Calçada de Alpajares”, Comissão Executiva das Comemorações dos 250 Anos da Região Demarcada do Douro, Setembro 2006.http://www.amdourosuperior.pt/recursos/

Japão

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Nome em Japonês:
日本国 Nippon-koku / Nihon-koku Império do Japão

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O Japão (em japonês日本国 (Nippon koku, Nihon koku), Nippon ou Nihon, literalmente "origem do sol" ou "terra do sol nascente") é um país insular do Extremo Oriente, formado por um arquipélago situado ao largo da costa nordeste da Ásia.
Sua capital é a cidade de Tóquio.
O país é formado por quatro grandes ilhas, Honshu, Shikoku, Kyushu e Hokkaido, e seu arquipélago é formado por mais de três mil ilhas localizadas entre o mar de Okhotsk a norte, o Oceano Pacífico a leste e a sul e o Mar da China Oriental e o mar do Japão a oeste. Através do mar do Japão e do Mar de Okhotsk, contacta com a Rússia, o Estreito da Coreia a sudoeste, fornece ligação à Coreia do Sul, e na extremidade sul das ilhas Riukyu aproxima-se de ilha de Taiwan.
A maior parte das ilhas é montanhosa, com muitos vulcões.
O Monte Fuji, montanha mais alta do Japão, por exemplo, é um vulcão.



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Seu povoamento remonta ao Paleolítico.
A influência de outros povos seguidos por períodos de isolamento caracteriza a história do Japão o que tornou sua cultura uma mistura de influências externas e criações autóctones. Desde a promulgação de sua Constituição em 1947 o Japão manteve uma monarquia constitucional com um imperador e um parlamento eleito, a Dieta.
Com uma população de pouco mais de 127 milhões de pessoas, o Japão é o décimo país mais populoso do mundo.
A Região Metropolitana de Tóquio, que inclui Tóquio (a capital do país) e várias cidades vizinhas, é a maior concentração urbana do mundo com cerca de 30 milhões de habitantes.
O país tem a segunda maior economia do mundo por PIB nominal, é o quarto maior exportador mundial e sexto maior importador com o quarto maior orçamento de defesa.
É membro das Nações Unidas e de vários grupos internacionais como o G8, G4 e APEC.

História do Japão


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Invasão Mongol em 1274 e 1281 repelido com sucesso.
A ocupação do Japão por grupos humanos remonta ao Paleolítico, portanto, a data oficialmente mais aceita para a primeira presença humana no arquipélago é de 35.000 a.C.., quando povos caçadores-coletores chegaram às ilhas vindos do continente através de istmos. As primeiras ferramentas japonesas de pedra lascada datam de 35.000 a.C., as de pedra polida datam de 30.000 a.C., as mais antigas do mundo. Ainda não se sabe por que essas ferramentas surgiram tão cedo no Japão. E foi em 1985 que mergulhadores fizeram descobertas de estruturas submersas em Yonaguni-jima, em Okinawa. Muitos historiadores, arqueólogos e cientistas foram atraídos até o sítio arqueológico, onde realizaram estudos para o cálculo da idade destes monumentos. Chegaram a conclusão que os monumentos têm mais de 11.000 anos de idade, as mais antigas do mundo. Os cientistas confirmam que esses monumentos encontrada submersa na costa do Japão é a evidência de que pode ter existido uma civilização desconhecida, anterior a Idade da Pedra. A primeira cultura cerâmica e civilização a se desenvolver no Japão foi o povo nômade Jomon que não desenvolveu a agricultura ou criação de animais. Entre 250 a.C.e 250, a cultura nômade Yayoi a substituiu vinda de Kyushu trazendo o cultivo do arroz, as ferramentas de metal e a confecção de roupas.



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O Japão foi unificado pela primeira vez no século IV pelo Povo Yamato e logo empreendeu a conquista da península da Coréia no final do século. Nos séculos seguintes a competição por cargos no governo enfraqueceu gradativamente o domínio japonês sobre a Coréia até o século VI. Em 552, o budismo foi introduzido no país trazido da Coréia servindo como arma política contra o crescente poder dos sacerdotes. Após a morte do imperador Shotoku em 622 e um período de guerras civis, o imperador Kotoku deu início a reforma Taika que criaria um Estado com poderes concentrados nas mãos do Imperador rodeado por uma burocracia à semelhança da Dinastia Tang na China. Em 710, a capital japonesa foi transferida de Asuka para Nara, réplica da capital chinesa da época, dando início a um novo período da história japonesa no qual a cultura e a tecnologia chinesa tiveram maior influência e o budismo difundiu-se com a criação de templos por parte do imperador nas principais prefeituras.
Mais tarde a capital seria novamente transferida para Heian-kio, a moderna Quioto, e se daria o rompimento entre o imperador Kammu e os monges budistas. A partir daí se estabeleceria a escrita japonesa e uma nova literatura. É nesse período de paz que surge a classe dos samurais como guarda da corte. Contudo as disputas surgidas entre os clãs guerreiros Taira no Kiyomori e Minamoto no Yoritomo levaram à nova guerra civil que só teve fim em 1185 com a ascensão de Minamoto. Este estabeleceria o governo do xogunato em Kamakura enquanto em Quioto a corte era mantida de forma simbólica. Novo período de paz e enriquecimento cultural e material se estabeleceu até uma nova tentativa mal sucedida de restauração da autoridade imperial feita pelo Imperador Go-Daigo.


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O surgimento dos daimyo de base local, enfraqueceu o xogunato e esse enfraquecimento levou a Guerra Onin entre 1467 e 1477 entre os Kosokawa e os Yamana que deu fim ao xogunato. Sem uma autoridade central, os daimyos, agora com autoridade absoluta em seus domínios, deram início a um período de guerras que só terminaria entre 1550 e 1560 com a conquista dos demais domínios por Oda Nobunaga. Foi durante o século XVI que comerciantes e missionários portugueses chegaram ao Japão pela primeira vez, dando início a um intenso período de trocas culturais e comerciais.
No Japão, os portugueses praticaram o comércio e a evangelização. Os Missionários, principalmente os Padres da Companhia de Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho de missionação e em cerca de 100 anos de presença Portuguesa no Japão a comunidade Cristã no país chegou a ascender a cerca de um milhão de Católicos.
Toyotomi Hideyoshi deu continuidade ao governo de Nobunaga e unificou o país em 1590. Depois da morte de Hideyoshi, Tokugawa Ieyasu como regente aproveitou-se de sua posição para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início a uma guerra, ele a venceu em 1603 na Batalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um novo xogunato com capital em Edo e expulsou os portugueses e restantes estrangeiros, dando início à perseguição dos católicos no país, tidos como subversivos, com uma política conhecida como sakoku. A perseguição aos cristãos japoneses fez parte desta política, levando esta comunidade à conversão forçada ou mesmo à morte, como é o caso dos 26 Mártires do Japão.
Esta política deixou o país isolado por 250 anos até a chegada de navios americanos com Matthew Calbraith Perry em 31 de Março de 1854 exigindo a abertura do país ao comércio revelar o atraso do xogunato. A Guerra Boshin reestabeleceu o poder centralizado do imperador com Meiji do Japão em 1868, quando teve início um período de desenvolvimento econômico e de expansionismo ao qual se seguiram as vitórias nas guerras sino-japonesa (1894-1895) e russo-japonesa (1904-1905) e a conquista da Coréia e das ilhas de Taiwan e de Sacalina, mantendo o interesse do país sobre a Manchúria.

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A dificuldade de ser reconhecido como equivalente na Sociedade das Nações, o preconceito, a proibição de imigração para os Estados Unidos, Austrália, Canadá, e outros em 1924 e a crise econômica na década de 1920 e o isolamento comercial imposto por Estados Unidos levaram o Japão ao afastamento do Ocidente e ao surgimento de movimentos radicais ultranacionalistas de direita. Os militares utilizaram-se do assassinato do primeiro-ministro em 1932 para conquistar o poder. Em 1936 o Japão aliou-se à Alemanha e mais tarde à Itália na Segunda Guerra Mundial, invadiu a Manchúria, estabelecendo o governo de Manchukuo, e atacou a base dos Estados Unidos da América em Pearl Harbor. Somente reconheceu a sua derrota na guerra após os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki e foi ocupado pelos Estados Unidos até 1952, as ilhas de Okinawa até 1972.
Depois de Hiroshima ter sido destruída, os militares japoneses continuaram afirmando que o Exército e a Marinha de Guerra imperiais eram capazes de continuar combatendo e, ao infligirem um sério dano ao adversário, poderiam assegurar ao Japão condições decentes de capitulação. Segundo cálculos do Estado Maior norte-americano, para garantir a cobertura dos desembarques nas ilhas nipônicas seria preciso lançar nove bombas atômicas, no mínimo. Mas segundo se soube mais tarde, depois de destruídas Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos não tinha outras bombas atômicas disponíveis, e sua fabricação levaria muito tempo. "As bombas que lançamos eram as únicas de que dispúnhamos, e a velocidade de sua fabricação era muito lenta naquele tempo", escreveria o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Stimson. No entanto, para Mick Hume, colunista do Times de Londres, ex-editor-chefe da revista online Sp!ked, o governo dos Estados Unidos tinha plena consciência de que o Japão se renderia. Relatórios da inteligência norte-americana já davam notícia de que a liderança militar japonesa estavam tentando negociar uma rendição três meses antes das bombas.
Nas três décadas seguintes, o Japão experimentou um período de grande crescimento econômico movido pela exportação de produtos de alta tecnologia até uma forte recessão na década de 1990. Atualmente a economia japonesa se volta para mercado asiático pela queda da demanda global em mais de 50%, se direciona para o fortalecimento militar e o desenvolvimento de matérias-primas e de fontes energéticas alternativas renováveis.
Atualmente o maior parceiro comercial do Japão é a China, o maior parceiro político-militar do Japão são os Estados Unidos.

Geografia do Japão

Imagem de satélite do território japonês.

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O Japão é um país insular que se estende ao longo da costa leste da Ásia. O litoral marítimo do Japão é aproximadamente quatro vezes maior que o brasileiro. As ilhas principais, de norte para sul, são: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. Além destas ilhas maiores, o Japão inclui cerca de três mil outras ilhas, parte das quais constituem as ilhas Riukyu, inclusive Okinawa, que se estendem a sudoeste de Kyushu até perto de Taiwan.
Cerca de 75% do país é montanhoso com uma cordilheira no centro das ilhas principais, de forma que as pequenas planícies costeiras se tornam as áreas mais povoadas do país. A montanha mais alta do Japão é o monte Fuji com 3.776 metros de altitude e seu ponto mais baixo fica no lago Hachirogata, quatro metros abaixo do nível do mar. Localizado no Círculo de fogo do Pacífico há 80 vulcões ativos no país e os sismos são muito comuns, ocorrendo mil deles sensíveis por ano. Os rios japoneses são curtos e de águas ligeiras. Atingem o mar pouco depois de sua nascente nas montanhas acima e formam geralmente deltas em forma de leque.


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O clima japonês apresenta uma clara diferenciação entre as estações e sofre a influência de massas de ar frias vindas da Sibéria no inverno, bem como de massas de ar quentes do Pacífico no verão. Os tufões são comuns entre o fim do verão e o início do outono. O país pode ser dividido em quatro regiões climáticas: a de Hokkaido, de clima subártico, a da costa do Pacífico, temperado, a da costa do Mar do Japão, mais chuvoso, e o da região sudoeste, subtropical.
As diferenças entre as estações do ano mostram-se da seguinte maneira:
O Inverno japonês, que vai de Dezembro a Fevereiro, é seco e tem regularmente Sol. Enquanto o Centro e principalmente o Norte do Japão são frios, o Sul tem o tempo mais agradável, e a temperatura vai raramente abaixo dos 0 °C.
A Primavera japonesa, que vai de Março a Maio, é quando deixa de nevar, sendo que todas as paisagens ficam floridas.
O Verão japonês começa com três a quatro semanas de chuva, sendo este período importante para os agricultores.
Depois deste período, o tempo torna-se extremamente quente.
O Outono japonês é muito fresco, com uma ligeira brisa e uma temperatura mais fresca depois do Verão.
O Japão pode ser subdividido em nove ecoregiões florestais que refletem o clima e a geografia das ilhas.
Elas vão de florestas subtropicais nas ilhas Ryukyu e Bonin, as florestas temperadas nas regiões de clima mais ameno das principais ilhas, e florestas de coníferas nas porções frias ao norte.



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Santiago de Compostela

SANTIAGO DE COMPOSTELA é, juntamente com Jerusalém e Roma, um dos lugares de peregrinação mais importantes do mundo. A maioria dos peregrinos utilizam o Caminho Francês, que começa em Roncesvalles ou em Saint Jean Pied de Port, passando através de Espanha, em direcção a Santiago de Compostela.
Este percurso tem cerca de 900 Km de extensão. Algumas pessoas começam a peregrinação nas suas terras natais, inclusivamente na Alemanha e na Áustria, de forma que podem assim juntar-se mais 1000 Km ao itinerário.
A catedral de Santiago de Compostela é um dos pilares do cristianismo.
A cidade de Santiago de Compostela alberga 46 igrejas 114 campanários, 288 altares e 36 congregações.
A história de Santiago de Compostela relata-nos uma arquitectura religiosa e muito antiga.
Podem ser admirados exemplares excepcionais, como, por exemplo, dois anjos do século XIV com óculos, integrados num alto-relevo, ou uma Virgem Maria grávida, na entrada de uma igreja.

A origem de Santiago de Compostela
O nome de Santiago de Compostela compõe-se de duas partes, São Tiago - o apóstolo, e Compostela - Campus stellae, cuja tradução quer dizer "Campo de estrelas".

Este Campo de estrelas refere-se à lenda da origem desta cidade. Reza a referida lenda que, no ano 813, um habitante, de nome Pelayo, estando no local em que hoje se encontra a cidade, viu luzes e sinais no céu.
Seguiu as pistas sugeridas pelos sinais e encontrou o túmulo e os restos mortais de São Tiago e dos seus discípulos. Relatou o sucedido ao Bispo Teodomiro de Iria Flavia, localidade situada a 20 Km de Santiago de Compostela.
O bispo mudou a sede do bispado para Compostela e informou o Rei Alfonso II daquilo que tinha sucedido.
O Rei chegou ao lugar e ordenou a construção da primeira capela de Santiago de Compostela, para protecção do apóstolo e para que o recordassem.
Assim foi sendo edificada, passo a passo, a cidade actual, que ainda encerra um centro muito antigo.

Com a descoberta do túmulo do apóstolo São Tiago no ano 813, Santiago de Compostela tornou-se num dos centros de peregrinação mais importantes do mundo.
Os motivos que levam a empreender a viagem pelo Caminho Francês em direcção a Compostela são extremamente variados.

A busca da santificação ou o maravilhoso caminho, já não são actualmente as únicas intenções dos viajantes.
A procura de si próprio, a arte ou a ideia de chegar a pé ao fim do mundo são as razões que levam o peregrino a percorrer um caminho tão longo.
É uma tradição que remonta a tempos imemoriais e que os nossos antepassados cumpriram, transmitindo-nos a sua sabedoria, crenças, ideias e imaginação. Embora existam diversos caminhos, que começam na Alemanha, Suiça, Itália e Holanda, dirigindo-se em direcção à fronteira espanhola, a partir daqui há realmente apenas um caminho prinicipal até Compostela: o CAMINHO FRANCÊS.
O primeiro troço do caminho subdivide-se entre Aragão e Navarra, encontrando-se nesta última região, onde o CAMINHO FRANCÊS começa, atravessando Navarra, La Rioja, Castela, Leão e a Galiza para, finalmente, chegar a Compostela.
Para além deste caminho principal, existe o mais antigo, embora menos frequentado, Caminho Asturiano, o CAMINHO DO NORTE, que, paralelamente ao Mar Cantábrico e percorrendo o País Basco, Cantábria, Astúrias e Galiza conduz a Compostela.
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São Tiago era filho do pescador Zebedeo e de Salomé.
O seu irmão mais novo era João. Devido ao seu enorme fervor, Jesus conferiu-lhes o título de "filhos do trono" (Evangelho segundo São Marcos, Capítulo 3, Versículo 17). São Tiago (também chamado Santiago) é, para além do seu irmão João e de Pedro, um dos discípulos predilectos de Jesus que estiveram presentes durante a revelação, permanecendo junto a Ele no Jardim de Getsemane durante as horas que precederam a Sua morte.

Segundo a tradição, pregou o Evangelho durante o Pentecostes próximo da cidade de Samaria - actualmente Shomron- e em Jerusalém.
Partiu para Espanha no ano 43 d.C. para pregar.
Ao voltar, foi decapitado pelo Rei Herodes Agripa I da Judeia.
Santiago foi o primeiro mártir de entre os apóstolos (Apóstolos, Capítulo 12, Versículos 1-2).
Foi trasladado pelos seus dois discípulos de barco até à Galiza, para finalmente ser aqui enterrado.

Em 1985, a Catedral de Santiago de Compostela foi declarada Patrimonio Mundial da Cultura pela UNESCO.
A fachada principal chama-se Obradoiro, o que quer dizer "trabalho de ourives", porque a fachada foi trabalhada de forma muito artística e detalhada por pedreiros em princípios do século XVIII.

A superfície da catedral alcança os 23000 metros quadrados.
A primeira construção foi uma capela, durante o reinado de Alfonso II, entre os anos 791 e 842.
A igreja de então foi destruída pelas lutas contra os Mouros e pelos levantamentos dos camponeses.
A construção da catedral actual iniciou-se em 1077, durante o reinado de Alfonso VII.
O túmulo do apóstolo Santiago encontra-se sob o altar na parte Leste da catedral. O famoso Pórtico do Mestro Mateo, na entrada Oeste, é considerada uma obra-prima da arquitectura.
O portal Sul é a única entrada românica, datando do século XI.
Foi no século XIV que se falou a primeira vez do Botafumeiro.
Para louvor a Deus e como solução original para disfarçar o cheiro dos peregrinos, o Botafumeiro encontra-se pendurado por corda com 30 metros de comprimento. Ocasionalmente, é agitado por oito homens até tocar quase o tecto da catedral. Nunca se sabe quando isto ocorre exactamente, mas se tiver sorte pode assistir a esta acção.
O Botafumeiro antigo tem 1,60 m de altura e pesa 80 kg.


Fonte: http://www.costasur.com/